Manifestações exigem presença maior da PM na área central de Brasília e criminalidade aumenta no restante do DF

Sem a presença do secretário de Segurança, cargo vago há 13 dias desde que Arthur Trindade pediu demissão, o Governo do DF divulgou na manhã desta terça-feira (17/11) os dados da violência e da pasta no Distrito Federal referentes a outubro. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Florisvaldo Ferreira César, destacou que ocorreram no mês 93 manifestações na região central de Brasília, sendo apenas 11 informadas previamente. Uma média de quatro por dia, que exigiram o emprego de 4.230 policiais.

“Essa quantidade de eventos leva a um impacto muito grande no planejamento operacional”, afirmou o comandante da PM. A mobilização dos PMs teve reflexo imediato no número de ocorrências policiais. Embora no acumulado do ano tenha sido registrado uma queda de 13,6% no número de homicídios nos dez primeiros meses (de 573 para 495), por exemplo, houve um aumento de cinco casos em outubro em relação ao mesmo período de 2014.

“Quando uma manifestação é marcada por redes sociais sem serem informadas à Secretaria de Segurança, é preciso realocar policiais de regiões próximas. No caso das ações na área central, são chamados policiais que estavam em ronda ordinária na zona metropolitana – Asas Sul e Norte, Sudoeste, Lago Sul. Assim, crimes como roubo a residências e assaltos a pedestres nesses locais aumentaram”, reconhece o comandante da PM.

Entre as ocorrências que registram alta estão, também, os roubos a coletivos. São 315 casos registrados no último mês, número 62,7% maior que o mesmo período do ano passado. Houve crescimento nos casos de roubo a residências. O número passou de 47 para 69 entre os meses de outubro do ano passado e deste ano. Aumento de 46,9%. No ano, essa modalidade teve alta de 15%.

Trânsito
Diferentemente de outras coletivas, cada responsável apresentou os resultados mensais de sua corporação. O primeiro a apresentar os dados foi o comandante dos Bombeiros, Hamilton Santos, que destacou a queda de 9% em relação ao mês de outubro no ano passado quanto aos atendimentos no trânsito. Segundo ele, a diminuição foi causada pela maior integração entre entidades como departamento de trânsito e Polícia Militar.

O evento contou com a participação da secretária interina de Segurança, Isabel Figueiredo. Esteve presente também o comandante-geral da PMDF, Florisvaldo Ferreira César, apontado como o motivo da saída de Trindade,;além do secretário de Casa Civil, Sérgio Sampaio, do comandante-geral dos Bombeiros, coronel Hamilton Santos, e do diretor-geral da PCDF, Eric Seba.

A secretária interina ressaltou a ação integrada da Secretaria de Segurança. Pelos dados apresentados, o Centro Integrado de Atendimentos e Despachos (Ciade) recebeu 298 mil chamadas, resultando em 42 mil ocorrências.

Demissão
Arthur Trindade pediu demissão depois da ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar contra professores grevistas. Para conter um grupo de docentes que fechava o trânsito na Saída Sul do Eixão, os policiais usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral.

O então secretário cobrou do comando da PM o fato de não ter sido consultado antes da ação, que considerou “um equívoco”. Como o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), pressionado por oficiais e parlamentares, decidiu manter Florisvaldo César no cargo, Trindade pediu demissão e até agora não foi substituído.