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Maníaco que matou Letícia e Genir diz ter assediado ao menos 10 mulheres

Marinésio Olinto afirmou que tinha costume de pegar o carro e rodar pelas ruas de Planaltina em busca de mulheres desacompanhadas

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1 de 1 WhatsApp-Image-2019-08-30-at-11.19.06 - Foto: Andre Borges/Especial para o Metrópoles

Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, assassino confesso de duas moradoras do Distrito Federal, revelou aos investigadores da Polícia Civil mais detalhes da rotina que levava em Planaltina antes de ser preso no último domingo (25/08/2019). Ele afirmou que tinha o hábito de pegar o carro nos dias de folga e circular pela cidade atrás de mulheres. Contou que costumava abordar as que estavam sozinhas em paradas de ônibus. Na versão dada aos policiais, ressaltou que oferecia carona para a rodoviária e, no trajeto, assediava as vítimas. Pelas contas do maníaco, seriam pelo menos 10. Entretanto, negou estar envolvido em outras mortes ou estupros.

Com temperamento frio e calculista, o cozinheiro relatou que, quando percebia que a conversa ia engrenar durante o trajeto, iniciava o assédio. Segundo o criminoso, quando a mulher recusava, parava o carro e a abandonava no meio da estrada. O homem confessou que chegou a roubar objetos pessoais de alguns dos alvos, guardados como troféus.

Sobre as mortes, insistiu em alegar que teve um “apagão”. Disse que, “quando voltou a si”, estava com as mãos no pescoço das mulheres. A baixa estatura chamou a atenção dos policiais que trabalham nas apurações. Com apenas 1,55 m de altura, o suspeito não usou arma de fogo para executar as vítimas. De acordo com depoimentos prestados ao longo das investigações, afirmou que matou Letícia Sousa Curado, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47, com as próprias mãos, por esganadura.

Policiais ouvidos pela reportagem afirmaram que, durante as oitivas, Marinésio não demonstrou arrependimento ou remorso por ter cometido os crimes. Lamenta por ter sido preso e pelas consequências da exposição dos fatos, principalmente por colocar como alvo da ira de populares a mulher e a filha.

Enquanto os casos não são relatados e remitidos à Justiça, o acusado segue preso na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). Após ser ameaçado por outros internos, precisou ser isolado. O cozinheiro recebe apenas a visita do advogado.

Nessa quinta-feira (29/08/2019), Marinésio prestou depoimento por cerca de nove horas na Delegacia de Repressão ao Sequestro (DRS). A especializada apura o desaparecimento da empregada doméstica Gisvania Pereira dos Santos, de 33 anos. O maníaco negou envolvimento no caso e disse não conhecer a moradora do condomínio Nova Colina, em Sobradinho. No entanto, informações complementares prestadas por ele serão alvo de novas diligências.

Gisvania foi vista pela última vez em 6 de outubro de 2018, em um posto de combustíveis da BR-020. Desde então, o caso tem sido tratado com prioridade pela DRS. Outros possíveis suspeitos já foram interrogados. Os detalhes da investigação, no entanto, não podem ser revelados, pois o inquérito segue em sigilo.

Denúncias

As denúncias seguem aumentando desde que a Polícia Civil desvendou o desaparecimento da funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC) e advogada Letícia Sousa Curado.

A polícia apura a participação de Marinésio em outros ataques. Os crimes variam entre assédio, sequestro, estupro e homicídio. Os investigadores da PCDF trabalham para encontrar elementos que possam associá-lo aos supostos crimes, cometidos desde 2012, ou descartar o envolvimento do assassino confesso de Letícia e Genir nessas ocorrências.

Confira a lista de casos em que Marinésio é suspeito:

1) Letícia de Sousa Curado – Desaparecida após sair para o trabalho, em 23 de agosto de 2019, e encontrada morta três dias depois;

2) Genir Pereira de Sousa – Desaparecida em 2 de junho deste ano, após sair do trabalho e encontrada morta 10 dias depois;

3) Gisvânia Pereira dos Santos Silva – Desaparecida em outubro de 2018, em Sobradinho;

4) Irmãs atacadas – As vítimas contaram ter fugido do ataque de Marinésio um dia depois de ele ter matado Letícia, em Planaltina;

5) Adolescente de 17 anos – Jovem diz ter sido estuprada em área de pinheiros, abandonada e chamada de “lixo”;

6) Moradora do Paranoá, de 42 anos – A mulher diz ter sido estuprada por Marinésio em 2018;

7) Lays Dias Gomes – Desapareceu no dia 7 de julho de 2018, após sair de casa rumo a uma parada de ônibus, em Samambaia. Naquele dia, ela não chegou a dizer à família para onde iria;

8) Vítima desaparecida no Paranoá – Caso de 2014 foi reaberto após semelhanças com modo de agir de Marinésio. A polícia não divulgou o nome;

9) Vítima desaparecida em Sobradinho – Essa ocorrência, entre 2014 e 2015, foi reaberta agora após semelhanças com o modus operandi de Marinésio. O nome da vítimas não foi divulgado pela polícia;

10) Babá moradora da Fercal – A vítima não teve o nome revelado, mas está desaparecida há um ano e meio após ter se dirigido a uma parada de ônibus;

11) Mulher de 23 anos – Em agosto deste ano, conseguiu escapar do ataque após ameaçar se jogar do carro em movimento. Foi abordada na Rodoviária de Planaltina;

12) Marília de Lurdes Ferreira – Desaparecida em agosto de 2012, ela foi achada morta um mês depois, na linha férrea dos arredores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA);

13) Caroline Macêdo Santos– A adolescente de 15 anos foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio do ano passado. A jovem era amiga da filha de Marinésio dos Santos Olinto e morava a 800 metros da casa do cozinheiro, no Vale do Amanhecer.

 

 

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