Mais um morador de Águas Claras é preso. Dessa vez, por liderar grilagem
Homem foi alvo da Operação Cartorium, deflagrada pela Coordenação Especial de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor)
atualizado
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Outro morador de Águas Claras foi preso na manhã desta segunda-feira (25/05). Ele é suspeito de liderar a organização criminosa que atua na grilagem de terras no Distrito Federal e Entorno.
Em outro caso, ainda nesta manhã, foi detido o mentor de uma série de roubos milionários contra agências bancárias nos últimos dois anos, em vários estados do país, e que faturou R$ 3 milhões com os assaltos. Trata-se de um empresário conhecido no Distrito Federal, José Carlos Lacerda Estevam Leite, 40 anos, proprietário do maior lava a jato de Águas Claras e morador da cidade.
No caso dos acusados de grilagem de terras presos na manhã desta segunda-feira, foram encontrados 27 frascos de anabolizantes e uma arma de fogo tipo pistola, calibre 380, com 16 munições.
Segundo a Polícia Civil, o líder da organização criminosa, preso nesta manhã tinha antecedentes de roubo, receptação, uso de documento falso e diversos estelionatos, crimes pelos quais foi preso anteriormente. O nome dele não foi divulgado.
O homem foi alvo da Operação Cartorium, deflagrada pela Coordenação Especial de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor). No total, foram efetuadas oito prisões e cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília, Águas Claras, Vicente Pires, Taguatinga, Samambaia e Cidade Ocidental (GO) contra os integrantes do grupo criminoso.
Em meio às buscas, os policiais apreenderam computadores, telefones celulares e vasta documentação relacionada aos crimes investigados, como procurações e cessões de direito.
A Justiça expediu cinco mandados de prisão temporária, mas diante dos objetos ilícitos encontrados nas buscas, foram realizadas mais três prisões em flagrante: uma por porte irregular de arma e fogo, uma pelo crime de comércio ilegal de medicamento (anabolizantes) e a terceira por associação criminosa, totalizando oito presos.
Documentos falsos
As investigações da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) demonstraram que o bando atua no registro de procurações em cartórios do Distrito Federal, com poderes para negociação de imóveis, por meio da apresentação de documentos falsos.
Dessa forma, os membros da organização criminosa se passavam falsamente pelos reais proprietários e outorgavam procurações para terceiros venderem os imóveis das vítimas.
Fazenda
Entre os terrenos negociados pela organização criminosa, foram identificados loteamentos no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília; no Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia; e uma fazenda na Cidade Ocidental (GO), avaliada em mais de R$ 600 mil, que foi vendida a um integrante do grupo criminoso por apenas R$ 100 mil.
As investigações ainda estão em andamento, de modo que as prisões temporárias, pelo prazo de cinco dias, são destinadas a auxiliar a instrução criminal.
O próximo passo é a análise de todo o material apreendido e o interrogatório dos suspeitos. Assim, pode-se chegar a mais envolvidos nos supostos crimes cometidos pelo grupo, quais sejam organização criminosa, estelionato e parcelamento irregular do solo.