Mais um corpo carbonizado é encontrado no DF. Polícia investiga
Trata-se da quarta vítima encontrada queimada nos últimos dois meses. As anteriores foram mortas por dívida de drogas
atualizado
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A Polícia Militar encontrou um corpo carbonizado em meio a pneus no Morro dos Macacos, na quadra 631 de Samambaia. Moradores viram o fogo por volta das 5h desta quarta-feira (17/10) e acionaram a corporação. Ainda não há informações sobre a identidade da vítima ou a motivação do crime. A perícia da Polícia Civil foi acionada.
O Metrópoles mostrou que esse tipo de crime está sendo registrado com frequência no Distrito Federal. Geralmente, motivado por dívidas de drogas. O objetivo dos criminosos é dificultar a identificação dos corpos e mandar recado aos usuários que não pagam o que devem.
Na madrugada do dia 9 de dezembro, outros dois criminosos, de 14 e 17 anos, cometeram mais uma barbárie e foram apreendidos. Depois de esfaquearem um desafeto, os garotos enrolaram a vítima em um colchão e incendiaram o corpo – encontrado carbonizado na DF-180, em Samambaia. Um deles afirmou em depoimento à polícia que foi chamado pelo outro para cobrar dívida de R$ 250 da vítima, referente a drogas.
Veja as imagens e relembre o caso:
Outros casos
Marcelo (nome fictício), de 13 anos, ainda agonizava quando um grupo de nove adolescentes ateou fogo em seu corpo. Antes de ser queimado vivo, o garoto passou por uma sessão de tortura, com socos, chutes, golpes de porrete e facadas nos olhos e nas costas. A barbárie durou cerca de uma hora, até os agressores jogarem um litro de álcool no menino e riscarem o fósforo. Ele foi a primeira de três vítimas de crimes cometidos, nos últimos 45 dias, com requintes de crueldade por jovens traficantes.
A violência tem dois objetivos, de acordo com investigações da Delegacia da Criança e do Adolescente II (DCA II): dificultar a identificação dos corpos e mandar recado aos usuários de drogas que não pagam suas dívidas. “Quem não quita o valor devido é assassinado e queimado. Esse tipo de crime tem se tornado comum”, explicou o delegado Juvenal de Oliveira.
O caso do garoto queimado vivo ocorreu em 23 de agosto, após ele ter sido atraído para uma armadilha em uma região de mata no Córrego do Cortado, em Ceilândia. Marcelo devia dinheiro referente a uma pequena quantidade de drogas que havia comprado de um traficante de 18 anos. Após ser convidado para nadar no riacho que corta o local, foi agarrado, torturado e assassinado.
Sem perdão
De acordo com as diligências da polícia e os depoimentos de alguns adolescentes que presenciaram o crime, após as agressões, os criminosos tentaram jogar Marcelo em um bueiro, mas ele resistiu. “Depois o menino levou uma série de pauladas, furaram um dos olhos dele com uma faca e o amarraram. Em seguida, jogaram álcool em seu corpo”, contou o delegado.
Mesmo em chamas, o adolescente ainda tentou se levantar, mas recebeu mais golpes na cabeça. “Esse crime foi um dos mais bárbaros que ocorreu no DF. Ele recebeu tantas pancadas que o crânio rachou e vazou massa encefálica”, informou Juvenal Oliveira.
Além do traficante, oito adolescentes foram indiciados pelo ato infracional análogo ao crime de homicídio. Quatro deles foram apreendidos em flagrante pela prática de outros delitos. Os demais ainda estão em liberdade. A polícia pedirá busca e apreensão e a prisão dos envolvidos. “A violência foi tão grande que alguns deles precisaram usar cocaína para criar coragem e matar o rapaz daquela forma”, ressaltou o investigador.
Sem identificação
Menos de um mês da morte de Marcelo, dois jovens de 15 anos e um de 17 mataram outro devedor e atearam fogo no cadáver. O homicídio ocorreu em 16 de setembro, em Ceilândia. A vítima foi espancada pelos adolescentes e morreu asfixiada após ser estrangulada com um fio de náilon.
O corpo – ainda não identificado pela polícia – foi enrolado em um tapete e levado para um matagal próximo ao Jockey Club, onde foi queimado pelos bandidos. O homem era morador de rua e circulava pelos arredores da Rodoviária do Plano Piloto. De acordo com as apurações da DCA, a vítima costumava vender pequenas porções de crack para o traficante que morava na casa onde o crime ocorreu.
Os três assassinos estão em liberdade. As investigações estão em andamento, a fim de que os mandados de busca e apreensão e de prisão sejam expedidos pela Justiça.