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Maioria dos brasilienses apoia aumento para policiais civis do DF

Os dados revelam que 51,7% dos moradores do DF acreditam que o governador Rodrigo Rollemberg deve atender aos pedidos dos policiais civis

atualizado

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Wilson Dias/Agência Brasil
Sinpol/Divulgação
1 de 1 Sinpol/Divulgação - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Os policiais civis ganharam um importante aliado na batalha que travam com o Governo do Distrito Federal por aumento de salário: o cidadão. Levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido do Metrópoles revela que mais da metade dos brasilienses (51,7%) acredita que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deve reajustar as remunerações dos policiais civis do DF nos mesmos patamares dos contracheques da Polícia Federal. Do total de entrevistados ouvidos, um conjunto de 44,7% desaprova as reivindicações da categoria.

A mesma pesquisa aponta também que 48,7% dos brasilienses ouvidos sentem-se totalmente inseguros no DF. E pouco mais de um terço dos entrevistados disse que “às vezes se sente seguro”. A operação “PCDF Legal” deflagrada pela Polícia Civil em 4 de julho aumentou essa sensação de insegurança, já que investigações ficaram prejudicadas, assim como as apreensões de drogas e de armas. Além de brigar por reajuste salarial e isonomia com a PF, a categoria alega que cada agente tem trabalhado com sobrecarga de funções.

 

Veja o gráfico sobre a percepção do brasiliense quanto à segurança pública no DF:

Apesar de a população achar que as reivindicações são legítimas, o GDF tem se mostrado irredutível nas negociações. Os sindicalistas já foram chamados de “rebeldes” e “imprudentes” pelo alto escalão do Poder Executivo. Em fogo cruzado, o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, tenta negociar com os sindicatos. Amigo pessoal de Rollemberg, Seba é pressionado pela categoria, que pede medidas energéticas para resolver o impasse.

Na quarta-feira (10/8), foi realizada uma reunião para debater as propostas. Contudo, segundo o Sinpol, não houve acordo e uma assembleia será realizada na tarde desta quinta (11) em frente ao Palácio do Buriti, a partir das 14h. Na ocasião, os policiais votarão se vão aderir à greve.

“A categoria espera que esse caso seja resolvido da melhor forma possível. Vamos avaliar se o governo apresenta, ao menos, uma proposta razoável. Mais de 30 categorias tiveram aumento e a PCDF ficou de fora. O próprio governador defendeu, durante a campanha, a paridade com a Polícia Federal”, disse um dos diretores do Sinpol Luciano Vieira.

O que diz Rollemberg
Em entrevista ao Metrópoles, o governador Rodrigo Rollemberg disse que embora compreenda os motivos do movimento, o que está em jogo é a capacidade de pagamento do reajuste. “Claro que, em princípio, todos nós somos favoráveis à melhoria das condições dos policiais e de várias outras categorias de trabalhadores. O problema é que a maioria da população não conhece a situação de fato do governo”, disse Rollemberg.

Segundo o governador, por mais que a Receita tenha apresentado uma melhora nos últimos meses, o impacto do aumento para os policiais civis seria três vezes maior que essa recuperação orçamentária. Segundo o chefe do Poder Executivo, o reajuste pretendido pela Polícia Civil custaria R$ 425 milhões por ano aos cofres públicos. E, embora o governador admita que esse foi um compromisso de campanha, justifica que a redução do Fundo Constitucional lhe tirou a capacidade de honrar com a promessa.

O governo chegou a propor à categoria aumento de 7% no próximo ano, 10% em 2018 e mais 10% em 2019. No entanto, o GDF retirou a proposta feita anteriormente diante das paralisações. As negociações com a categoria começarão do zero.

Apoio político
Nesta semana, integrantes do Bloco Sustentabilidade, Trabalhismo e Solidariedade (PDT/PV/Rede) decidiram apoiar a posição de Cláudio Abrantes a favor da paridade salarial entre as polícias Civil e Federal.

O parlamentar da Rede tem acompanhado de perto a reivindicação da Polícia Civil. Durante assembleia da categoria, realizada na Praça do Buriti, na semana passada, ele foi enfático: “A minha posição é clara: não aceitaremos nada menos que a paridade”, disse em carro de som. Participaram da reunião os deputados Joe Valle, Israel Batista, Cláudio Abrantes, Chico Leite e Reginaldo Veras.

Entrega de cargos
Pelo menos 500 servidores da Polícia Civil entregaram cargos de chefia de seção em protesto contra a falta de avanço nas negociações com o GDF. Um manifesto duro assinado por ex-gestores da corporação deu a dimensão do grau de insatisfação da categoria. Outros policiais também assinaram um termo recusando tais cargos. A relação com os nomes será apresentada na assembleia desta quinta, onde será decidido quando os termos serão protocolados.

Multa 
Na última semana, a Justiça do Distrito Federal decretou a ilegalidade da greve dos policiais civis. Na ocasião, os policiais decidiram fazer uma paralisação de 48 horas. O pedido foi feito pelo Núcleo de Controle da Atividade Policial (NCAP) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

A decisão proibiu manifestações nas proximidades do Estádio Mané Garrincha e determinou que os servidores retornem imediatamente às atividades. A multa diária por descumprimento da decisão foi fixada em R$ 200 mil. Se houver algum tipo de reunião ou manifestação nas proximidades dos locais das Olimpíadas, a penalidade aplicada é de R$ 500 mil.

No mesmo dia da decisão, o Sinpol reuniu dezenas de policiais em uma manifestação em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, acarretando pagamento de R$ 500 mil. Vale lembrar que ainda foram somados R$ 200 mil equivalentes aos dois dias de paralisação. O Sinpol informou que foi notificado no sábado (6/8) e que vai recorrer da multa por considerar a paralisação legal e um direito constitucional garantido a todos os servidores públicos.

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