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Máfia das mortes: PCDF quer saber se pedras apreendidas são esmeraldas

Material foi encontrado com o médico-legista Agamenon Martins Borges, 61 anos, preso na quinta-feira (26/10) e solto na sexta (27)

atualizado

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mafia das mortes funerarias
1 de 1 mafia das mortes funerarias - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa do médico-legista Agamenon Martins Borges, 61 anos, quinta-feira (26/10), no Lago Norte, a Polícia Civil encontrou diversas pedras que se assemelham a esmeraldas, joias e uma arma de fogo. Ainda não se sabe os objetos são verdadeiros. O material recolhido foi encaminhado à perícia.

A ação fez parte da Operação Caronte, que investiga uma organização criminosa acusada de falsificar atestados de óbito no Distrito Federal e no Entorno. A polícia aponta que o médico era o elo entre as células criminosas compostas por funerárias. Ele “prestava” serviço para o chamado “mercado da morte”, cobrando cerca de R$ 500 por atestado.

A quadrilha pode, ainda, ser responsável pela subnotificação de vários homicídios no DF. Há relatos de que as mortes de pessoas assassinadas a tiros ou facadas eram registradas como sendo decorrentes de morte natural.

O Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), a 4ª Promotoria de Defesa da Saúde (Prosus), a Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida) e a Corregedoria-geral da Polícia Civil do DF participam das buscas.

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Funerária Pioneira, que funcionava em Taguatinga, foi outro alvo da PCDF
Donos de funerárias são acusados de integrar esquema criminoso no DF
Entrada de funerária suspeita de integrar Máfia das Funerárias
Funerária Tanatos foi investigada por integrar mercado da morte no DF
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Funerária Universal foi alvo da Operação Caronte

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Funerária Pioneira, que funcionava em Taguatinga, foi outro alvo da PCDF

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Donos de funerárias são acusados de integrar esquema criminoso no DF

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Entrada de funerária suspeita de integrar Máfia das Funerárias

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Funerária Tanatos foi investigada por integrar mercado da morte no DF

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Caronte
Batizada de Caronte, o nome da operação é uma referência ao barqueiro da mitologia grega que cobrava pelo transporte das almas do mundo dos vivos para o dos mortos, através de um rio controlado por ele.

Confira os alvos da operação:
– Agamenon Martins Borges
– Reandreson Miranda dos Santos (foragido)
– Miriam Sampaio dos Santos (foragida)
– Alex Bezerra do Nascimento
– Jocileudo Dias Leite
– Valtercícero dos Santos
– Samuel Aguiar Veleda
– Cláudio Barbosa Maciel Filho
– Cláudio Barbosa Maciel
– Augusto Cesar Ribeiro Dantas
– Conrado Augusto de Farias Borges
– Marcelo de Oliveira Silva (foragido)

Sem SVO
A falta de um Sistema de Verificação de Óbitos (SVO) no Distrito Federal contribuiu para o enriquecimento da máfia das funerárias. O serviço deveria ser responsável por determinar as causas de mortes naturais – quando não há emprego de violência. Sem a unidade em funcionamento, os papa-defuntos se encarregaram de explorar famílias, cobrando valores inflacionados.

A estrutura deveria estar em operação na capital do país desde 2004, com a publicação da Lei nº 3.358, de 15 de junho daquele ano. Em 2009, uma portaria do Ministério da Saúde reforçou a legislação ao instituir a Rede Nacional de SVO e Esclarecimento da Causa Mortis no DF, nos estados e municípios. Apesar da determinação nacional, o projeto nunca saiu do papel em âmbito local.

Sem o SVO, cadáveres de pessoas mortas de mal súbito, no meio da rua, por exemplo, ainda são levados para o Instituto Médico Legal (IML), que é legalmente responsável por necropsias que podem subsidiar investigações criminais conduzidas pelas delegacias.

Em julho de 2016, decisão da 4ª Vara de Fazenda Pública deu prazo de 12 meses para o DF adquirir os equipamentos, reformar as instalações e realizar concurso para contratação de servidores do SVO. O prazo venceu há mais de três meses e o governo local nem deu sinal de que iria cumprir a determinação judicial. Na sentença proferida à época, o magistrado responsável por avaliar o caso ressaltou a relevância do serviço.

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