Ladrões que assaltaram ônibus e mataram PM fugiram da cadeia em março
Um sargento da PM e os bandidos morreram. Uma passageira também foi baleada e está em estado gravíssimo. Coletivo vinha de São Paulo ao DF
atualizado
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Os dois bandidos mortos durante assalto a um ônibus da Real Expresso que vinha de São Paulo para Brasília, na madrugada desta terça-feira (15/5), fugiram da cadeia de Cristalina (GO) em março, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A dupla invadiu o coletivo, próximo a Luziânia, Entorno do DF, e disparou contra o policial militar do DF. O sargento e um agente penitenciário sentado ao lado dele reagiram. Os ladrões e o PM morreram. Uma passageira, de 23 anos, levou um tiro nas costas e está internada em estado gravíssimo no Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF).
De acordo com a PRF, os dois eram conhecidos assaltantes de ônibus na região e já haviam sido presos algumas vezes. Vinte e dois passageiros estavam dentro do coletivo no momento do assalto. O motorista, que pediu para não ter o nome divulgado, contou ter começado a ouvir tiros vindos de um outro veículo que emparelhou por volta das 4h30. Os bandidos, então, ordenaram a abertura da porta, entraram e mandaram os ocupantes fecharem as cortinas.
Logo que entraram, viram o sargento Hernandes José Rosa, fardado, entre os passageiros. O PM morava em Catalão (GO) e costumava usar a linha para chegar ao trabalho, no 25º Batalhão, no Núcleo Bandeirante. Um deles mandou o outro atirar e matar o policial. Na mesma hora, um agente penitenciário que estava no ônibus reagiu. Houve troca de tiros.Os bandidos morreram no local. O PM levou dois tiros e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Luziânia. Mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. A passageira foi transferida ao IHBDF. Segundo a Secretaria de Saúde, ela está sendo atendida na sala vermelha do hospital e seguirá para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O assalto ocorreu no Km 61 da BR-040. Após o tiroteio, o motorista conseguiu levar o ônibus até um posto da concessionária que administra a rodovia e pedir socorro.
“Estávamos na base quando vimos alguns passageiros e os motoristas correndo e pedindo socorro. Quando entrei no ônibus, o clima era de pânico. Já haviam dois mortos e três pessoas estavam feridas”, disse o socorrista Fernando Coelho que trabalha há três anos no local. “Essa ocorrência me marcou, pois nunca vi algo semelhante por aqui”, completou.
Coelho contou que o policial militar estava com vida, porém, bastante ferido. “Ele não conseguia falar. Fizemos o transporte para UPA o mais rápido possível, mas ele não resistiu. Uma mulher foi baleada nas costas e transferida ao Instituto Hospital de Base de helicóptero”.
Os assaltos na rodovia são constantes. “Geralmente, os bandidos entram no ônibus, desviam o veículo para uma estada de terra e levam tudo. Muitos motoristas têm medo de passar por aqui. Apesar de tudo, é raro ter um caso grave como o de hoje”, disse uma funcionária que não quis se identificar.
Em nota, a Real Expresso informou que está prestando toda a assistência aos feridos e familiares. Disse, ainda, que “oficializará um pedido junto às autoridades estaduais e federais para a melhoria da segurança das empresas operadoras de transporte que atuam no referido trecho”.