Justiça mantém preso falso agente de saúde que roubou casa no Lago Sul

A Justiça decidiu, em audiência de custódia nesta sexta-feira (18/5), manter preso o homem que se passou por agente de combate à dengue para assaltar uma casa na QI 5 do Lago Sul. Daniel Higino Alves Pinto, de 33 anos, confessou a participação no roubo e informou o local onde estava parte dos objetos levados da residência. Além de roubar, ele agrediu um morador de 93 anos.

Ele foi preso pela Polícia Civil na quinta (17), no Riacho Fundo, em uma barbearia. No momento em que foi abordado, ele cortava o cabelo de uma criança e chegou a pedir para terminar o serviço. O ladrão se surpreendeu ao ser descoberto: “Vocês foram rápidos”.

Na casa dele, foram apreendidos relógios, televisões, reais, dólares, joias, além de uniformes falsos da Vigilância Ambiental. O autor vai responder por roubo, restrição de liberdade das vítimas, uso de arma de fogo e associação criminosa. A investigação foi feita pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri). Os relógios de bolso feitos com ouro seriam desmontados e derretidos.

Segundo contou o suspeito, a arte dos falsos uniformes foi produzida por ele em um computador. Depois, ele procurou uma gráfica no Entorno do DF para estampar a marca nos coletes. A polícia encontrou coletes, crachás e até pranchetas com questionários. Tudo para enganar os moradores e invadir residências.

A polícia procura, agora, os comparsas de Daniel. A suspeita é de que eles tenham tido informações privilegiadas dos objetos guardados dentro da residência. O imóvel está sendo reformado e o trânsito de pessoas é intenso. De acordo com o delegado Marco Aurélio, o assalto foi planejado durante 15 dias.

Ele alerta para os cuidados que os brasilienses devem ter ao deixar pessoas entrarem em suas casas: “Nessa situação, é preciso observar os detalhes. Pedir uma identificação do possível servidor, se ficar em dúvida é possível até ligar para a secretaria e se certificar da veracidade da informação”.

Delegado Marco Aurélio fala sobre a prisão. Confira:

O assalto
Dois bandidos se passaram por agentes de combate à dengue e invadiram a casa, na quarta (16), entre 11h e 11h40. O dono da residência, um major brigadeiro da Aeronáutica de 93 anos, atendeu os falsos funcionários da Secretaria de Saúde quando acabou rendido e agredido a coronhadas.

Depois que os dois criminosos entraram, surgiram mais dois comparsas. Eles ficaram durante 20 minutos na casa, onde estavam o militar, a esposa e mais três funcionários. Os bandidos levaram uma coleção de seis relógios de bolso antigos, cada um avaliado em cerca de R$ 25 mil. Carregaram ainda televisores e fugiram no carro do idoso, uma Subaru XV.

Quando souberam se tratar de um militar, os homens passaram a procurar armas na residência. Mas não acharam nada. Para pessoas próximas à família, o crime foi premeditado, pois os suspeitos sabiam a localização dos relógios.

No momento do assalto, dois funcionários ficaram trancados no banheiro da residência. Eles foram ameaçados e tiveram armas apontadas para a cabeça. Os bandidos usavam uniformes da Vigilância Sanitária e luvas para revirar os pertences.

O militar foi levado para o Hospital da Força Aérea de Brasília. Após levar coronhadas, inclusive na cabeça e nas costas, caiu e machucou o braço.