Justiça converte em preventiva prisão de PM acusado de extorsão
Reniery Santa Rosa Ulbrich foi flagrado com armas e munições de uso restrito e é suspeito de integrar associação criminosa
atualizado
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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) converteu em preventiva, nesta terça (27/11), a prisão em flagrante do policial militar Reniery Santa Rosa Ulbrich, acusado de extorsão e abuso de poder contra traficantes que estão na mira de Operação Torre de Babel, deflagrada pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), no dia 10 de outubro deste ano.
A ação de segunda-feira (26) que resultou na prisão dos PMs – chamada de Dolus Malus – foi resultado de investigações da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor).
Um dos policiais presos foi flagrado em casa com drogas, como maconha e crack, além de anabolizantes e balança de precisão. Também havia na residência munição de fuzil, revólveres e pistolas sem registro.
Durante a audiência de custódia, a defesa pediu a concessão da liberdade provisória, mas o juiz negou a liberação, considerando que o investigado estaria envolvido em associação criminosa compostas por policiais militares. Com Reniery, foram encontradas armas e munições de uso permitido e restrito.
“Em tal contexto, a segregação cautelar se impõe como forma de garantir a ordem pública, desarticulando a célula criminosa”, escreveu o juiz Aragonê Fernandes na ata da audiência.
Torre de Babel
Os envolvidos no caso pertencem ao Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) e ao Grupo Tático Operacional (Gtop) 22, de Taguatinga. Os PMs presos na segunda (26) são acusados de extorsão e abuso de poder contra traficantes que estão na mira da operação. Um dos criminosos da Torre de Babel teria sido mantido em cárcere privado pelos militares.
A Polícia Militar informou que está acompanhando os desdobramentos da operação deflagrada pela PCDF, por meio da Corregedoria. A ação – que recebeu o nome Dolus Malus, ou fraude, em latim – tem o apoio da Promotoria de Justiça Militar do DF e do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
Durante a segunda fase da Torre de Babel, os alvos foram traficantes. Segundo a PCDF, os investigados desviavam cargas da Região Sul para São Paulo, Paraná e DF. Da capital federal, o produto do roubo seguia para o Nordeste. As mercadorias serviam como moeda de troca para os entorpecentes, comercializados no Distrito Federal e em Goiás. Com o dinheiro obtido por meio da atividade criminosa, a quadrilha adquiria imóveis e carros de luxo.