Jovem de 24 anos foi vítima de estupro em festa de réveillon no Setor de Clubes Norte
A mulher denunciou a violência por meio das redes sociais. Ela já prestou queixa e foi atendida na rede pública de saúde
atualizado
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Uma jovem de 24 anos relatou por meio das redes sociais ter sido estuprada por um segurança de uma festa de réveillon, no Setor de Clubes Norte. A denúncia repercutiu no Facebook neste sábado (2/1), após ela divulgar uma carta contando como foi o abuso. A vítima postou o registro do boletim de ocorrência, feito na Delegacia da Mulher (204 Sul), e os medicamentos recebidos durante o atendimento hospitalar.
De acordo com o relato, passava da meia-noite da última quinta-feira (31/12), quando um homem com trajes de segurança interrompeu a dança dela. Segundo a vítima, ele a coagiu a sair da festa. Mesmo sem entender, ela acatou a determinação.
A vítima descreve que ele a levou para uma área de terra, onde alguns carros estavam estacionados. “Eu estava completamente vulnerável, com muito medo. Um dos carros estava estacionado de ré para o cerrado, então atrás do carro só havia vegetação. Ele me virou de costas e sem a menor cerimônia me estuprou”, afirma.
O Metrópoles conversou, pelas redes sociais, com a vítima. Ela informou que ainda está muito abalada com a violência sofrida. “Eu estou trancada no meu quarto. Não consigo falar com quase ninguém. Tem muita gente me procurando, me ligando, e eu não to conseguindo lidar com isso direito”, disse.
Momentos de terror
Na carta pública, ela conta com detalhes o medo de ocorrer algo ainda pior contra sua integridade. “Eu fui estuprada por quem deveria assegurar minha segurança. Eu tive medo, não reagi (poderia ter sido pior se reagisse, eu poderia apanhar, poderia demorar mais), só queria que acabasse logo. Quando ele terminou, mandou eu ficar lá, mais uma vez tive medo e não me movi. Ele voltou com outro segurança e disse: ‘tá aí, cara, manda ver (sic)’”.
O agressor se afastou do local onde tinha cometido o estupro. Mas deixou outro homem cuidando dela, para que não fugisse. “Perguntei porque ele iria fazer aquilo comigo também, acho que ele se assustou e disse que não ia fazer nada, respirei fundo e voltei para a festa num misto de pavor e dormência. Não contei nada para ninguém. Me questionei se eu não tinha ‘pedido por aquilo’, olha que ridículo”, desabafa.
Ela conta que foi para casa. Depois de refletir sobre as cenas de agressão pelas quais passou, ela decidiu contar para a família. “Pai, eu fui estuprada”. Ela fala que ele estava lavando a área, quando parou atônito diante do que acabara de ouvir da filha. “Esperou minha mãe sair do banho, contou pra ela. Fomos imediatamente à Delegacia da Mulher (Deam).
Lá, teve de retirar forças para narrar à polícia os detalhes do estupro. A vítima foi encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML). Depois, seguiu ao Hospital da Asa Sul, onde tomou o coquetel de medicamentos para prevenir doenças venéreas, como HIV.
A organização da festa emitiu uma nota na qual diz que prestou todo o atendimento possível à vítima logo depois do ocorrido.
Passamos o dia (02/01) na delegacia da mulher disponibilizando toda ajuda e documentação necessária para encontrar o culpado, ajudar nas investigações e a penalização dos envolvidos.
Antes de ir a delegacia entramos em contato com a vítima para dispor também a ela toda documentação necessária. Novamente, as sinceras desculpas. Isso é um comportamento inaceitável e nos colocamos a disposição para investigar qualquer outro caso de violência que possa ter ocorrido, porque atos assim não podem passar impunes.