Irmão de ciclista morto perto do Buriti virá ao DF para liberar corpo
Parente de Arlon Fernando afirmou ao Metrópoles que família ainda discute os próximos passos. Vítima é do interior do Paraná
atualizado
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A família do doutorando da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, ainda decide o que fazer após receber a notícia da morte do rapaz, na noite de quinta-feira (7/12), em uma ciclovia próxima à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Para que o corpo do homem seja liberado, um parente de primeiro grau precisa identificá-lo no Instituto Médico Legal (IML).
O Metrópoles conversou com um irmão de Arlon nesta sexta (8): Andreo Cordeiro, que mora em Rio Branco do Sul (PR), cidade natal da vítima. Segundo o jovem, vários membros da família estão engajados em resolver os trâmites da liberação do corpo, mas é ele quem deve ser o responsável por vir à capital para realizar a tarefa. No entanto, não quis entrar em detalhes sobre o caso.
Por enquanto, o responsável legal pelo corpo é o professor Jorlândio Félix, que orientava a pesquisa de Arlon no Departamento de Física da UnB. Ele, no entanto, não tem autonomia para liberar o cadáver.“Já expliquei para o padrasto dele que um parente de primeiro grau precisa reconhecer o corpo e assinar a certidão de óbito. Quando eles vierem a Brasília, estarei à disposição para prestar toda a assistência necessária”, disse o professor.
Jorlândio Félix foi o primeiro a chegar ao Hospital de Base do Distrito Federal, local aonde a vítima foi levada após ser atacada enquanto voltava para casa de bicicleta, no Sudoeste. O professor recebeu uma ligação por volta das 21h de quinta (7), pois o número dele era o mais frequente no celular de Arlon. Seguiu para o HBDF, mas não conseguiu ver o aluno, que já estava morto.
Latrocínio
O crime, tratado como latrocínio (roubo seguido de morte) até o momento, ocorreu em um ponto escuro da ciclovia que fica em frente à Câmara Legislativa. Do outro lado do Eixo Monumental, está o Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal.
O suspeito fugiu do local com a bicicleta da vítima. O modelo mountain bike GT Avalanche Elite, usado pelo estudante, custa de R$ 1 mil a R$ 4 mil. O caso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (área central). A corporação, inclusive, divulgou fotos da bicicleta de Arlon, com o objetivo de conseguir pistas sobre o acusado.
Quem tiver informações pode entrar em contato com a PCDF por quatro meios – telefone: 197; site: www.pcdf.df.gov.br; e-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br; ou WhatsApp: (61) 98626-1197. É importante ressaltar que o sigilo das informações é absoluto.
Comoção
Nas redes sociais, amigos lamentam a morte. “O Brasil, a UnB e todos nós perdemos um grande amigo, físico, capaz de impressionar pela capacidade de atuação, e um rapaz determinado. São tempos de muita dor”, desabafou Gabriel Nascimento, pelo Facebook.
No Instituto de Física da UnB, onde Arlon fazia doutorado, o clima é de comoção. Amigos, professores e colegas da vítima estão muito abalados. Sebastião William da Silva, professor do mesmo departamento, era amigo de Arlon. Ele comentou que os dois tinham o hábito de andar de bicicleta todos os domingos de manhã. “Ele morava na Asa Norte, mas se mudou para o Sudoeste há cerca de dois meses, porque achou uma quitinete mais barata”, disse.
Segundo o amigo, o estudante era solteiro e muito tranquilo. “Às vezes, achávamos que ele estava dormindo em pé. Não se abria muito sobre a vida pessoal. Mas sei que os pais dele são separados. O Arlon não tinha muito contato com eles”, ressaltou.
Arlon veio de Rio Branco do Sul (PR) para estudar em Brasília. Fez mestrado em física e, agora, era doutorando na UnB, na mesma área. Sempre ia e voltava da universidade na bicicleta levada pelo assaltante.