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Ibaneis sobre Marcola: “Espero ser ouvido pelo presidente e por Moro”

Governador disse que não vai desistir de transferir líder do PCC, “seja pela negociação com governo federal seja pelas vias judiciais”

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Renato Alves/Divulgação GDF
Ibaneis rocha
1 de 1 Ibaneis rocha - Foto: Renato Alves/Divulgação GDF

O governador Ibaneis Rocha (MDB) retomou nesta segunda-feira (25/3) sua cruzada contra a permanência do principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, no Presídio Federal de Brasília: “Tenho criticado de forma muito veemente a transferência dele. Espero que eu seja ouvido tanto pelo presidente da República quanto pelo ministro [da Justiça] Sergio Moro.

O titular do Palácio do Buriti disse que não vai desistir de tirar o criminoso do território brasiliense, “seja pela negociação com o governo federal seja pelas vias judiciais”.

Com base na Lei de Segurança Nacional, o emedebista prepara pedido judicial para pedir a remoção do líder do PCC. “Mas gostaria muito da compreensão do presidente Bolsonaro e do ministro Sergio Moro para que a transferência seja feita de forma imediata e que esse presídio federal seja fechado”, afirmou.

As declarações foram dadas logo após a abertura da 75ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, na sede do Banco do Brasil. Segundo o chefe do Executivo distrital, Brasília é uma cidade administrativa, responsável por abrigar todos os Poderes, com mais de 180 embaixadas e organismos internacionais, contando com os principais tribunais da Nação.

“Fica muito difícil. Nós sabemos que o isolamento do Marcola dentro da prisão é uma coisa. Mas o que caminha junto com ele, todo mundo sabe disso, continua existindo. Então, eu fico com muita dificuldade de dar segurança à população do Brasil que visita Brasília e aos brasilienses com um preso desse quilate”, argumentou.

No sábado (23), Ibaneis se manifestou de forma dura sobre a transferência de Marcola de Porto Velho (RO) para a capital da República. Ele disse que o ministro Sergio Moro não o comunicou da vinda do líder do PCC ao DF.

“Fui avisado depois e achei isso um desrespeito. Moro conhece muito de corrupção, de segurança provou que não conhece nada”, disparou, ao responder aos questionamentos da reportagem do Metrópoles. De acordo com Ibaneis, logo após a transferência, Moro o telefonou e “ouviu poucas e boas”.

Ouça entrevista com o governador:

 

Ibaneis disse que fará de tudo para que Marcola não fique na capital do país. “Estou preparando uma ação Judicial, com base na Lei de Segurança Nacional. Vou entrar na Justiça contra essa transferência e fazer todas as gestões junto ao governo federal para mostrar que isso é um absurdo”, afirmou. O emedebista vai pedir o fechamento do presídio.

O titular do Palácio do Buriti também lembrou da operação deflagrada nessa sexta (22) pela Polícia Civil que prendeu oito integrantes do PCC. “Estamos fazendo a nossa parte. Mas é o maior absurdo do ponto de vista da segurança pública que eu já vi. Trazer o Marcola para ficar a 6 km do presidente da República”, completou. Ainda de acordo com Ibaneis, a inteligência da PCDF detectou que os criminosos estão se instalando no Distrito Federal e Entorno.

A chegada de Marcola
O avião Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) com o líder da facção criminosa pousou por volta das 13h20 de sexta (22) na capital federal. Marcola chegou à penitenciária federal por volta das 14h20. Além do criminoso, outros três integrantes do PCC vieram no mesmo voo e vão ficar em Brasília: Cláudio Barbará da Silva, Patrik Wellinton Salomão e Pedro Luiz da Silva Moraes, o Chacal.

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Comboio para levar Marcola ao Presídio Federal de Brasília em fevereiro de 2019
Esquema especial de segurança foi montado para receber a liderança do PCC
Na época, ruas foram fechadas para passagem do comboio
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Marcola e outros presos foram trazidos em avião da FAB para Brasília em março de 2019

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Comboio para levar Marcola ao Presídio Federal de Brasília em fevereiro de 2019

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Esquema especial de segurança foi montado para receber a liderança do PCC

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Na época, ruas foram fechadas para passagem do comboio

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Além deles, já estão no presídio do DF: Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, que é irmão de Marcola; Antônio José Müller, o Granada; e Reinaldo Teixeira dos Santos, conhecido como Funchal ou Tio Sam.

De acordo com o Ministério da Justiça, “a ação é parte dos protocolos de segurança pública relativa à alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organizações criminosas, entre as unidades prisionais federais”.

Repercussão negativa
A decisão do Ministério da Justiça repercutiu mal na área de segurança, entre os políticos de oposição e da base. Também foi criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF).

O presidente da entidade, Délio Lins e Silva Júnior, disse que a ida de presos como Marcola para qualquer penitenciária acarreta deslocamento das facções para as referentes unidades da Federação. “Existe essa movimentação e crimes estão ocorrendo fora do padrão no DF. A preocupação da OAB é principalmente com a sociedade”, ressaltou.

“Acreditamos que a chegada de Marcola pode fortalecer os faccionados perante os outros criminosos de Brasília. A Polícia Civil vai continuar fazendo trabalho intenso para evitar a instalação dessa organização aqui”, ratificou o delegado Leonardo Cardoso, titular da Coordenação Especial de Repressão à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública e Contra a Ordem Tributária (Cecor).

Parlamentares do DF de diferentes correntes ideológicas também criticaram a transferência. “Quando você traz um preso desse porte para Brasília, é natural que pessoas ligadas a ele se mudem para cá também”, frisou o vice-líder de Bolsonaro no Senado, Izalci Lucas (PSDB).

Líder do governo Ibaneis Rocha (MDB) na Câmara Legislativa, Cláudio Abrantes (PDT) também reclamou do novo morador do Distrito Federal. “Acho desastroso, pois é um peso para nosso sistema de segurança e para a população. Não cabe ao DF ter que abrigar esse líder criminoso. Nossa polícia impediu que ele atuasse aqui quando estava solto; e agora, prisioneiro, o mandam para cá?”, questionou.

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