Ibaneis: posse de armas não vai melhorar a segurança pública do DF
Governador acredita que armar a população não é suficiente. Para ele, o que vai aprimorar o setor são políticas publicas
atualizado
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Para o governador Ibaneis Rocha (MDB), a liberação da posse de armas para a população não vai melhorar a segurança pública do Distrito Federal. “No âmbito do DF, acho que não será a questão das armas que vai melhorar. Vai dar segurança para essas famílias que têm condições de comprá-las e se habilitar. Pelo menos elas, terão dentro de casa. Eu tenho armas dentro de casa, tenho tudo regularizado, mesmo na legislação anterior”, afirmou.
Ainda segundo o emedebista, as forças de segurança do Distrito Federal serão equipadas com mais 3,8 mil Glocks (foto em destaque), uma pistola automática de alta categoria e desempenho. A abertura da licitação foi anunciada por Ibaneis nesta quarta-feira (16/1), após ser questionado por jornalistas no Palácio do Planalto sobre o que pensa acerca do decreto de armas do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo o governador, a assinatura do decreto foi um compromisso de campanha do presidente. “Ele está cumprindo seu compromisso”.
Segundo Ibaneis, no DF, várias medidas estão sendo adotadas para aprimorar a segurança. “Aqui, estamos contratando mais policiais e implementando medidas, como gratificações, por exemplo, e chamando os aposentados para que voltem a trabalhar, equipando as nossas polícias. Estou lançando uma licitação para a compra de 3,8 mil armas de grande categoria. São Glocks da melhor qualidade, para que a polícia esteja preparada para o enfrentamento, caso seja necessário”, informou.
Sobre a posse de armas assinada pelo presidente da República, Ibaneis acredita que a medida só beneficiará quem tiver recursos para adquirir os equipamentos. Sobre quem não tem condições financeiras, o governador afirmou: “Não posso fazer nada. Tenho que dar meus instrumentos. O que posso fazer com quem não tem condição de comprar as armas, como também com quem tem condições de comprar, é melhorar o nível da segurança”, completou o governador.
Ele ainda frisou que, após aprovação de lei do serviço voluntário para a Polícia Civil, reabrirá as delegacias 24 horas em 30 dias. “Aqui no DF, estamos abrindo o prazo de 30 dias, a partir da aprovação da medida que estou encaminhando à Câmara Legislativa, para todas as delegacias [funcionarem] 24 horas. Isso é uma medida para a melhoria da nossa segurança.”
SOS Segurança
Na semana passada, Ibaneis anunciou, durante o lançamento do programa SOS Segurança, uma série de medidas para o setor, como investimentos milionários, a abertura de concursos públicos para as polícias e agentes de atividades penitenciárias, além da implementação de escolas militares. Também foi assinada uma ordem de serviço que cria um grupo de trabalho com integrantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e sindicatos para estudar como será concedida a equiparação salarial da Polícia Civil com a Polícia Federal.
“Essa comissão terá 15 dias para apresentar estudos de como vamos conceder os reajustes e em que prazo serão pagos. Esse grupo também analisará como pagar a equiparação da Polícia Militar”, disse Ibaneis. “Os estudos estão bem avançados. Há a possibilidade de parcelarmos o pagamento da paridade”, acrescentou o secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, André Clemente.
Além dessas medidas, o governador anunciou o investimento de R$ 300 milhões nas forças de segurança e o aumento da gratificação pelo trabalho voluntário: de R$ 300 para R$ 400. “Serão mais 25 mil horas na Polícia Militar colocadas à disposição da sociedade”, afirmou.
O governador também disse que lançará editais para três delegacias: reformar completamente uma das unidades de Taguatinga, construir mais uma em Sobradinho II e outra no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
Outra novidade é a implementação de 40 escolas militares. A previsão é inaugurar as quatro primeiras ainda neste ano, em Ceilândia, Recanto das Emas, Sobradinho e Estrutural. “Esse ensino de excelência tem de ser estendido a todas as escolas do DF”, disse Ibaneis.
“A ideia é usar a estrutura de escolas já existentes, do 6º ao 9º ano e do ensino médio. Em um segundo momento, essas unidades passarão a ser em tempo integral. Serão investidos R$ 800 mil – R$ 200 mil por colégio. O modelo é o mesmo da escola da Polícia Militar”, afirmou o secretário de Educação, Rafael Parente.