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Gangues de Planaltina aproveitam mobilização na PCDF para matar

A onda de criminalidade em Planaltina começou no dia 3 de agosto, quando ocorreu um duplo homicídio no bairro Jardim Roriz. Uma das vítimas tinha 11 anos e foi alvejada por uma bala perdida na cabeça enquanto soltava pipa no campo de futebol. Parte das investigações está parada, segundo policiais que fizeram denúncias ao Metrópoles

atualizado

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Apenas neste ano, 38 pessoas foram assassinadas em Planaltina. Homicídios e latrocínios se tornaram sintomas graves da guerra entre gangues que disputam territórios na região. No entanto, os casos se agravaram com as constantes paralisações feitas pela Polícia Civil. O resultado da operação “PCDF legal” ficou claro neste mês, quando 18 pessoas foram assassinadas em todo o DF, sendo duas executadas durante assaltos. Parte das investigações está parada, segundo policiais que fizeram denúncias ao Metrópoles.

Os números alarmantes representam quase duas mortes violentas por dia, sem contar as dezenas de tentativas de homicídios registradas nas delegacias da cidade. “Com a demora pela falta de recursos de toda espécie, o combate às gangues também parou e a guerra voltou com tudo nos últimos dias”, contou um investigador da Polícia Civil, que preferiu não se identificar.

A onda de criminalidade em Planaltina começou no último dia 3, quando ocorreu um duplo homicídio no bairro Jardim Roriz — uma das vítimas tinha 11 anos e foi alvejada por uma bala perdida na cabeça, enquanto soltava pipa no campo de futebol. Dias depois, um jovem foi metralhado na feira de Planaltina, por volta de 13h. “E o pior é que grupos de outras regiões administrativas, como Sobradinho e Paranoá, também estão atuando nessa região. Entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, somente no Paranoá, foram quatro assassinatos”, ressaltou o policial.

Desenvolvidas desde 2013, as investigações e os monitoramentos das gangues feitos pela 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) estão sendo prejudicados pela operação “PCDF legal” e correm risco de se perderem. “Não vejo nenhuma autoridade se manifestando sobre a situação. Portanto, estamos sozinhos. Ficamos sem investimento em investigação, o que impossibilita o monitoramento, a identificação das quadrilhas e a futura prisão e condenação. A população daqui sofre demais, mais do que nas outras satélites”, reclamou o agente de polícia.

Provas testemunhais
O Metrópoles já havia publicado, em 13 de julho, matéria mostrando os efeitos negativos das paralisações na vida da população. Na época, policiais militares e bombeiros já protestavam por reajuste salarial e as demais categorias discutiam as paralisações.

O movimento, iniciado em 4 de julho, prejudica as investigações em curso. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), sete mil provas testemunhais — os chamados termos de declaração, nos quais são colhidos depoimentos de suspeitos, testemunhas e vítimas — deixaram de ser feitos na primeira semana da operação “PCDF Legal”.

Procurada pela reportagem, a Direção-Geral da Polícia Civil informou que adotou as providências para conduzir os trabalhos da melhor forma possível durante a operação. A Divisão de Comunicação informou ainda que todos os segmentos da instituição fazem cotidianamente esforços extras para prestar um serviço de qualidade à população.

 

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