Explosão de caixas eletrônicos: carro usado em fuga foi roubado em GO
Com placa clonada, a Pajero utilizada no crime é de um morador de Brasília e foi levada durante assalto na Chapada dos Veadeiros, há um mês
atualizado
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A Mitsubishi Pajero Sport prata usada por cinco criminosos no roubo a caixas eletrônicos na madrugada dessa segunda-feira (22/10), no Shopping Pier 21, foi subtraída na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, exatamente há um mês. O dono do veículo mora em Brasília e foi assaltado no dia 22 de setembro, no momento em que tirava fotos no Jardim de Maytreia, um dos pontos turísticos da região.
A vítima foi rendida por assaltantes e não havia localizado o automóvel até esta semana, quando o reconheceu nas fotos divulgadas por meio do WhatsApp e soube que seu carro estava vinculado ao roubo de segunda. O veículo tinha placa clonada de outra Pajero do mesmo ano, cor e modelo. A fraude foi descoberta pelos policiais a partir da verificação do número do chassi.
Conforme relatos da equipe da PMDF que atendeu a ocorrência, o motorista da Pajero “invadiu os canteiros e subiu em cima de quebra-molas logo após a explosão”. “Estávamos no acesso ao shopping quando nos deparamos com eles atirando. Revidamos, mas a ação foi muito rápida”, contou um militar que não quis se identificar.
O carro foi encaminhado para o Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal. Os peritos investigam vestígios encontrados, como sangue e fios de cabelo, que possam levar aos criminosos.
O grupo disparou ao menos oito vezes contra os policiais. Há informações de que um dos bandidos ficou ferido. Os militares saíram ilesos. Até agora, ninguém foi preso. O bando também lançou sobre a pista objetos pontiagudos de metal, com objetivo de furar pneus das viaturas da PM e, assim, dificultar a perseguição, o que confirma a tese de crime planejado.
Um vídeo gravado por um policial mostra o momento em que as viaturas localizam o carro, abandonado no acesso que vai da L4 Sul para a L2 Sul. Havia cédulas de R$ 50 no chão, além de carregadores de munição para metralhadora.
Ação planejada
De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), cinco bandidos vestidos com balaclavas – para tapar os rostos – chegaram ao Pier 21 na Mitsubishi Pajero, mas um deles permaneceu no veículo. Enquanto isso, os outros quatro entraram por trás do shopping. Portando um pistola, um dos suspeitos rendeu um segurança, enquanto os demais montavam os explosivos.
A Polícia Militar foi acionada pouco depois das 3h, por um dos vigilantes do Pier 21. Na ligação, o trabalhador informou ter ouvido dois estrondos e vários tiros. Relatou, ainda, que havia pessoas rendidas no chão.
Segundo a corporação, um dos bandidos se feriu na explosão. Quando um comparsa foi socorrê-lo, um dos seguranças conseguiu fugir. A PMDF informa que os criminosos explodiram dois dos quatro caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal instalados no local. Porém, a quantia levada por ainda não foi calculada.
Ainda na manhã de segunda-feira (22), restos de explosivos foram detonados pelo grupo antibombas da Polícia Federal. Apesar de o alvo dos bandidos ser um banco federal, a Polícia Civil do DF vai assumir a investigação, pois houve tentativa de homicídio contra os PMs.
Outros casos
Com base em dados da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social (SSP), foram registradas, entre janeiro e 22 de outubro deste ano, seis ocorrências de arrombamento de caixa eletrônico no Distrito Federal. Do total, quatro foram consumadas e duas tentadas.
Em 2017, foram 20 ocorrências tentadas ou consumadas e, em 2016, 36. Ainda segundo a pasta, os ataques acontecem com o uso de maçarico, explosivos ou outros meios.
Em julho, em outra ação ousada, criminosos explodiram dois caixas eletrônicos no anexo do Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal, por volta de 3h40. Os equipamentos estavam instalados na área do restaurante do órgão.
Viaturas da Polícia Militar e um helicóptero da Polícia Civil realizaram buscas e, minutos depois, um veículo foi encontrado pegando fogo nas proximidades do Estádio Nacional Mané Garrincha e do Colégio Militar de Brasília. Após verificação, a equipe responsável pela ocorrência confirmou que se tratava do automóvel envolvido no crime. Quatro meses depois, ninguém ainda foi preso.
Colaborou Victor Fuzeira