Estupros e roubos a coletivos são os crimes que mais cresceram em maio
Assaltos a ônibus passaram de 187 para 245. Já os casos de estupro pularam de 53 para 94 em comparação com o mesmo mês de 2016
atualizado
Compartilhar notícia
A onda de violência percebida em maio deste ano no Distrito Federal se refletiu nas estatísticas. Novo balanço da criminalidade divulgado nesta sexta-feira (9/6) pela Secretaria de Segurança e da Paz Social mostra um aumento no número de crimes graves, como roubos a coletivos, a pedestres, estupros e tentativa de latrocínio.
Os assaltos a ônibus cresceram 31% em maio deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado. Passaram de 187 para 245. No acumulado dos cinco meses de 2017, foram 1.231 casos contra 1.053 em igual período de 2016.
Diante das estatísticas, a Secretaria de Segurança estuda, em conjunto com a Secretaria de Mobilidade, a criação de um sistema semelhante ao botão do pânico das vítimas de violência doméstica. Por meio dele, as informações sobre episódios de violência seriam repassadas em tempo real por rodoviários e passageiros à Polícia Militar. Mas essa proposta ainda está sendo discutida.
As estatísticas também mostram que transitar pelas ruas do Distrito Federal continua sendo um perigo. Os roubos a pedestres cresceram de 3.351 para 3.398, ou 1,4%, no mesmo período analisado. No acumulado do ano, já são 16.516 casos, contra 16.636 no mesmo período de 2016.
Os casos de estupro registraram o maior índice de aumento divulgado pela Secretaria de Segurança. Passaram de 53, em maio de 2016, para 94 no mesmo mês deste ano, ou 77,4% a mais. Já os registros de tentativa de latrocínio passaram de 12 para 16 ocorrências.
Em contrapartida, o total de homicídios caiu em maio deste ano, quando foram registrados 30 casos, ou quase um por dia, contra 40 no mesmo período de 2016. No decorrer dos cinco meses de 2017, 200 pessoas foram assassinadas na capital do país contra 265 em igual intervalo do ano passado.Os roubos a residência caíram de 70 para 66 casos, comparando maio de um ano com o mesmo mês de outro. Um dos casos mais recentes ocorreu nesta quinta-feira (8), no Lago Sul. Três assaltantes fizeram uma família refém na QL 4. O crime ocorreu por volta das 11h40.
De acordo com a Polícia Militar, o trio chegou na residência em um carro do modelo Golf e rendeu as vítimas. No local havia uma mulher, que estava chegando à casa, duas crianças e três funcionários. Os moradores foram trancados em um dos banheiros do imóvel.
Os ladrões levaram joias, R$ 3 mil em dinheiro e uma televisão. Quando a Polícia Militar foi acionada, os bandidos já haviam deixado o local. Um deles estava armado. A família só foi liberada quando um jardineiro, que estava no fundo do quintal, abriu a porta do banheiro. O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
De acordo com o secretário de Segurança, o delegado da Polícia Federal Edval Novaes, o aumento nos casos de estupro e roubo a coletivo é o que mais preocupa. “Estamos buscando parcerias além dos órgãos da Secretaria de Segurança. Agora também trabalharemos em conjunto com a Secretaria de Mobilidade, Secretaria de Estado de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh), e outras, para desenvolver ações protetivas. Assim conseguiremos reduzir os índices negativos”, ressaltou, em coletiva nesta sexta.
Onda de crimes
No começo deste mês, o Metrópoles mostrou que a onda de violência tem assustado os brasilienses. Em uma semana, no fim de maio, pelo menos oito casos, ocorridos em pontos diversos e à luz do dia, aumentaram as estatísticas e também o medo da população. Nem as áreas nobres da capital escaparam da ação dos bandidos e viraram palco de cenas de filme de bangue-bangue.
Em 25 de maio, uma joalheria do Gilberto Salomão, no Lago Sul, foi atacada por um casal bem-vestido. Dois dias depois, os alvos passaram a ser uma joalheria e uma chocolateria no Sudoeste, outra área nobre de Brasília. No dia 29, novo caso, ainda mais chocante. Um PM reagiu a um assalto e acabou baleado na 703 Norte, quadra onde ocorreu o roubo a uma autoescola e troca de tiros em um estacionamento entre sexta (26) e sábado (27). (Aguarde mais informações)