Estudante da UnB rastejou por 30 metros, mas nenhum motorista o ajudou
Um dos policiais militares que encontraram Arlon no Eixo Monumental deu detalhes do assassinato em entrevista ao Metrópoles
atualizado
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O estudante da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, rastejou por cerca de 30 metros após ser atingido por quatro golpes de faca na noite de quinta-feira (7/12). Ele teria sido assaltado próximo à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O criminoso fugiu com a bicicleta do jovem. Em entrevista ao Metrópoles, um dos policiais militares que encontraram Arlon no Eixo Monumental deu detalhes do caso.
“Chegamos ao local por volta das 20h30. Ele estava rastejando na lateral da S1. Tentou pedir ajuda, mas nenhum motorista parou. Em um primeiro momento, pensamos que se tratava de atropelamento, mas, ao nos aproximarmos, vimos que ele estava com marcas de faca na mão e no antebraço”, disse o 2º tenente da Polícia Militar Lucas Cerqueira.
Ainda segundo o PM, Arlon chegou a levantar a mão ao ver a viatura, mas desmaiou antes de falar com os policiais. “Seguimos os rastros de sangue e chegamos a uma ciclovia perto do Palácio do Buriti. Um local escuro e com muitas árvores. Pedimos urgência no atendimento dos bombeiros, pois o rapaz estava muito debilitado. No entanto, passou uma viatura do Samu (Serviço Atendimento Móvel de Urgência) no local e o levou até o Hospital de Base”, detalhou o policial.
O estudante da UnB estava com a carteira e o celular no bolso. Os militares ligaram para os contatos da agenda telefônica da vítima e conseguiram falar com professores e amigos. “Eles nos enviaram fotos da bicicleta usada por ele. Contaram-nos que ele costuma fazer esse trajeto ao sair da UnB. Chegamos a patrulhar a região à procura do suspeito, mas não o localizamos”, completou o tenente.
O caso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). A Polícia Militar informou que reforçou a segurança na área central de Brasília. A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública, mas a Pasta informou que não vai se pronunciar sobre o caso.
No Instituto de Física da UnB, onde Arlon fazia doutorado, o clima é de comoção. Amigos, professores e colegas da vítima estão muito abalados. O orientador do doutorando na UnB, Jorlândio Francisco Félix, disse que Arlon era um rapaz muito tranquilo. “Sempre disposto a ajudar. A pesquisa dele (na área de Nanotecnologia) ia muito bem”, acrescentou.