Estelionatários de Planaltina (GO) vivem como ricaços após golpe de R$ 20 milhões no BRB
Carros de luxo, viagens internacionais, lanchas e até um avião particular fazem parte da rotina extravagante de três criminosos procurados pela Polícia Civil do DF
atualizado
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Viver como os ricos e famosos custa caro, mas uma quadrilha de estelionatários que atua no Distrito Federal tem uma rotina repleta de mordomias, tudo graças ao golpe que já provocou um rombo de pelo menos R$ 20 milhões nos cofres do Banco de Brasília (BRB), segundo informações da Polícia Civil. Fotos obtidas pelo Metrópoles mostram carros de luxo, viagens internacionais, lanchas e até um avião particular. A frota é usada por três criminosos procurados pelas autoridades desde agosto passado.
De origem humilde e moradores de Planaltina de Goiás, Carlos Alexandre Braz Oliveira, 29 anos; Eliaquens de Souza dos Santos, 31; e Ana Paula Jarles de Souza, 24, são conhecidos na cidade pela ostentação. As investigações, conduzidas pela 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), identificaram que Alexandre tinha prazer em utilizar as redes sociais — com pelo menos oito perfis diferentes — para mostrar suas aquisições. São máquinas para rodar na terra, cruzar as águas do Paranoá ou voar pelos céus de Brasília.
Nas imagens (veja galeria abaixo), o suspeito — com prisão preventiva decretada — dirige um BMW M5. A versão do possante alemão custa R$ 530 mil e costuma ser usada por Alexandre para sair com a esposa. O carro aparece até no ensaio fotográfico do casamento dele. O céu seria o limite para o suspeito de estelionato, que teria presenteado a esposa com um avião monomotor. Ela aparece nas redes sociais agradecendo ao mimo e fazendo juras de amor ao marido.
Festas e bebidas
Viagens internacionais à Europa e a presença em festas regadas pelas bebidas mais caras do mercado também fazem parte do dia a dia da quadrilha. “Tanto Alexandre quanto Eliaquens e Ana Paula gastavam o dinheiro furtado de contas-correntes de centenas de vítimas de uma forma desmedida. Eles compravam lanchas no valor de R$ 100 mil, relógios de ouro, carros caros e circulavam sem preocupação por Planaltina (GO). Agora, todos fugiram”, explicou o delegado-chefe da 11ª DP, Victor Dan. Segundo o delegado, a quadrilha teria feito pelo menos 200 vítimas ao longo dos últimos três anos.
Os três suspeitos são citados no inquérito da Operação Safira, que teve a primeira fase desencadeada em 6 de agosto deste ano. A ação resultou na prisão do agente de atividades penitenciárias Marcos Paulo Silva Barbosa. De acordo com a polícia, o servidor da segurança pública também fazia parte do grupo, especialista em fraudes bancárias.
Os suspeitos ofereciam a servidores públicos e a empresários o pagamento de tributos e multas do Governo do Distrito Federal alegando ter créditos de precatórios a receber e que, em razão disso, os débitos poderiam ser compensados com descontos de até 30%. O BRB não quis se pronunciar sobre o assunto.