Encapuzados que queimaram ônibus: “Desce! Não queremos dinheiro”
Grupo de oito homens abordou o coletivo no Sol Nascente. No momento, 10 passageiros estavam no veículo e ficaram em pânico
atualizado
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A ação de oito bandidos encapuzados que incendiaram um ônibus na noite dessa terça-feira (10/03), no Sol Nascente, levou pânico a pelo menos 10 passageiros que estavam no interior do coletivo da São José. O veículo passava pela chácara 128 quando parou em um ponto para embarque e desembarque, por volta de 21h. Com modus operandi semelhante ao de facções que agem em grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, os criminosos mandaram que todos descessem e tocaram fogo no veículo. Nada foi levado.
Motorista e cobrador ouvidos na 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) após o crime afirmaram à Polícia Civil que o grupo encapuzado subiu pelas escadas e deu apenas uma ordem: “Desce todo mundo. Não queremos dinheiro e celular, não. Só desce rápido que vamos tocar fogo no ônibus”.
Munidos de galões com substâncias inflamáveis, possivelmente álcool e gasolina, os homens encapuzados ensoparam os bancos e o interior do ônibus com o combustível e atearam fogo. Em poucos segundos, as labaredas consumiram o coletivo, que fazia a linha Pinheiros/JK Shopping.
A altura das chamas chegou a atingir um poste de energia e provocou pequenas explosões na caixa elétrica, conforme mostram as imagens gravadas por populares e às quais o Metrópoles teve acesso.
Policiais militares foram acionados logo após os homens fugirem do local onde o ônibus pegava fogo. O Corpo de Bombeiros também foi chamado e conseguiu controlar o incêndio. Ninguém ficou ferido. De acordo com a empresa São José, o prejuízo com a destruição do ônibus é estimado em R$ 300 mil.
Até a última atualização desta reportagem, nenhum suspeito havia sido preso.
Líder tinha ordem para atacar ônibus
Em fevereiro deste ano, a PCDF colocou atrás das grades uma das maiores lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Brasília. Uma equipe da Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac) foi até o município paulista de Assis e cumpriu mandado de prisão contra Alexandro Dionato dos Santos, conhecido como Tony Country ou Goleador.
Ele teria recebido ordens de superiores hierárquicos da organização criminosa para promover ataques e queimar ônibus no DF. Para os investigadores, porém, o caso não está relacionado com o PCC.
À coluna Grande Angular, o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, disse que a corporação está com equipes do DOE (Divisão de Operações Especiais) e DPE (Departamento de Polícia Especializada) na região administrativa. “Tolerância zero com as milícias que estão cometendo crimes e espalhando o terror na cidade”, afirmou.
Cândido informou que os bandidos serão identificados e presos.