Empresário de Águas Claras preso por roubos a bancos é trazido para o DF
Carlinhos Paraíba estava em Goiânia e entrará em Regime Disciplinar Diferenciado. Decisão foi da Vara de Execuções Penais de Brasília
atualizado
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O empresário José Carlos Lacerda Estevam Leite, conhecido como “Carlinhos Paraíba”, foi recambiado ao Distrito Federal na madrugada desta quarta-feira (10/06). Ele havia se apresentado à Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) na semana passada, mas uma decisão da Vara de Execuções Penais de Brasília (VEP) ordenou a transferência.
Carlinhos Paraíba será incluído no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), um tipo mais duro de regime prisional, uma vez que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) entende que ele é o líder de organização criminosa armada. O preso estava na carceragem da Delegacia Estadual de Investigações Criminais de Goiânia e foi levado para o Centro de Detenção Provisória 2 de Brasília.
A esposa dele, Adriana Emídio Gonçalves, também se tornou alvo das investigações e, na última sexta-feira (05/06), teve a prisão preventiva decretada. Ela continua foragida.
Segundo informações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), a mulher teria fugido do DF após a segunda fase da Operação Sentinela, deflagrada no dia 25 de maio. De acordo com as investigações, ela faz parte do esquema de lavagem de dinheiro que a família operava em um lava a jato de Águas Claras.
Qualquer informação sobre o paradeiro dela pode ser dada pelos canais de denúncia como o telefone 197 ou pelo site.
Relembre o caso
A Operação Sentinela apurou que o empresário planejou e coordenou pelo menos quatro ataques milionários contra agências bancárias nos últimos dois anos, entre eles, o de Anápolis, no qual o bando levou R$ 1 milhão do Banco do Brasil.
Os criminosos que seriam liderados pelo empresário faturaram R$ 3 milhões com os assaltos. No último dia 25, as empresas de José Carlos tornaram-se alvo de busca e apreensão. A ação foi coordenada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF).
Segundo as investigações, os estabelecimentos do empresário eram usados para lavar o dinheiro faturado com os ataques a bancos. A segunda fase da Operação Sentinela cumpriu sete mandados de prisão e 10 de busca e apreensão, em Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga e na cidade de Joinville, em Santa Catarina.
De acordo com a DRF, José Carlos procurava levar uma vida acima de qualquer suspeita e dividia o tempo entre tocar os negócios – sempre ligados ao setor automotivo – e planejar assaltos cinematográficos contra instituições bancárias.
O criminoso, segundo as apurações, recrutava assaltantes de vários estados, definia a função de cada um e organizava o setor operacional e de logística de cada ataque.
O empresário, de acordo com a PCDF, é o líder da organização criminosa especializada em roubos a bancos desarticulada na primeira fase da Operação Sentinela, em 4 de maio.
Essa ação desmantelou um grupo que agia entranhado na sede do Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras do país. Na operação, cinco funcionários terceirizados do banco foram presos. Todos desabilitavam sistemas de alarme e facilitavam ataques a cofres do banco em todo o país.