Ao ritmo de “Despacito”, agentes penitenciários em formação no DF zombam de presos
Versão da música relata como futuros servidores devem tratar os detentos. Conselho de Direitos Humanos quer apuração do vídeo
atualizado
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Vídeo mais assistido da história do YouTube, o clipe da música “Despacito“, de Luis Fonsi, ganhou uma versão polêmica criada por agentes penitenciários em formação pela Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social do DF. Eles compuseram e gravaram “De Castigo”, onde relatam como vão tratar os presos brasilienses assim que forem empossados nos cargos.
Na letra, cantam que só “tem agente malvadão” e ameaçam: “tá no sal comigo, suspende o parlatório e as ‘visitas tudo'”. Em outro trecho, dizem “não mexe comigo, sou operacional, a bala é de borracha mas tenho letal” e também que “preso é muito burro e gosta de correr perigo, tira toda a paciência fazendo tudo proibido”.
As imagens serão encaminhadas à própria Secretaria de Segurança, bem como ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao Conselho de Direitos Humanos (CNDH) e ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
É tão criminoso quanto o cometido pela pessoa que está lá presa. Um agente público não pode fazer uso dessa canção como incentivo. Isso alimenta a cultura do ódio e da violência. Um agente público tem que agir com imparcialidade
Michel Platini, presidente do Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do DF
Assista “De castigo”, paródia de Despacito criada por agentes em formação da Sesipe
Sindicato defende agentes
Presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias (Sindpen-DF), Leandro Allan Vieira não vê problemas no vídeo e defende a postura dos colegas. “Foi feito por alunos e apresentado para instrutores. Não foi com intuito de pregar nenhum tipo de violência em desfavor do preso. Retrata a forma como temos de conter uma rebelião, um motim”, garante.
Leandro Allan disse também que os agentes “sabem muito bem o seu papel ressocializador dentro de uma unidade penitenciária” e que os mesmos usam armas não letais para preservar a vida do apenado.
O Metrópoles procurou a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social do DF, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.