Em nota, Sinpol-DF manifesta apoio às ações de Mauro Albuquerque no CE
Secretário de Administração Penitenciária, o policial civil brasiliense está no centro da crise de segurança pública do estado
atualizado
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O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) divulgou nota em apoio ao trabalho do secretário de Administração Penitenciária do Ceará, Luís Mauro Albuquerque. Como mostrou o Metrópoles, o policial brasiliense está no centro da crise no estado nordestino.
“O trabalho de destaque desenvolvido por Luís Mauro Albuquerque por mais de duas décadas na PCDF [Polícia Civil do Distrito Federal] e em todo o Brasil, como especialista em segurança pública, gestão prisional e gerenciamento de crises, é motivo de orgulho para toda a categoria e mais um exemplo da grande capacidade técnica dos policiais civis do DF”, diz o texto do sindicato.
Policial civil há mais de 20 anos, Albuquerque foi chamado para conter a violência e a ação de facções criminosas no Ceará. O brasiliense, de 50 anos, ficou nacionalmente conhecido por sua atuação na retomada do controle da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, após dezenas de mortes em 2016.
O anúncio, nos primeiros dias do ano, de que Albuquerque iria comandar as unidades prisionais cearenses causou reações violentas em toda a região. Ao tomar posse, no dia 1º de janeiro, ele afirmou que os presídios não seriam mais divididos por facções, e a entrada de celulares seria fiscalizada com rigor.
Em resposta, foram incendiados ônibus, prédios públicos, agências bancárias e comércios em mais de 100 ataques em 30 cidades.
Pichações condicionaram o fim das atividades criminosas à exoneração do brasiliense do governo do Ceará. “Não vamos parar até o secretário sair. Fora, secretário Mauro Albuquerque”, dizia uma das mensagens.
Confira a íntegra da nota do Sinpol-DF:
Sinpol-DF apoia ações do secretário de Administração Penitenciária do CE
Empossado no último dia 1º como secretário de Administração Penitenciária do Ceará, o policial civil do Distrito Federal Luís Mauro Albuquerque tem um longo histórico de luta contra o crime organizado. Como resultado, as facções criminosas, dentro e fora dos presídios, neste primeiro momento, têm reagido violentamente à sua nomeação.
Dezenas de ataques foram registrados nos últimos dias. Isso ocorreu, sobretudo, após declarações públicas em que Mauro anunciou uma administração mais dura do sistema penitenciário cearense.
O agente policial de custódia brasiliense afirmou, por exemplo, que não reconhecia facções criminosas e prometeu o fim da separação de presos por facções dentro dos presídios. A implementação de rotinas rigorosas de inspeção é outro motivo para o desagradado dos criminosos com o novo secretário – mais de 400 celulares já foram apreendidos desde o início da gestão.
ATUAÇÃO
Esse estilo “linha dura” também gerou reações semelhantes no Rio Grande do Norte, quando, em maio de 2017, Luís Mauro assumiu o comando do sistema penitenciário potiguar. Algumas semanas depois, a situação nas ruas foi controlada e as mudanças estabelecidas pelo policial civil redesenharam toda a estrutura de poder nos presídios, que voltaram ao controle do Estado.
Apesar do convite feito pela governadora Fátima Bezerra (PT) para que ele permanecesse no Rio Grande do Norte, Mauro abraçou o novo desafio, que veio com o convite do governador cearense, Camilo Santana (PT). “Lá, a situação já está controlada”, afirma o policial civil. “Então, eu decidi vir para o Ceará porque enxerguei como uma oportunidade de ampliar ainda mais o combate ao crime organizado”, justifica.
Mostrando que é possível fazer diferente, Luís Mauro pontua que um dos grandes objetivos desse trabalho “é dar mais condições de execução da pena”. Segundo ele, “com organização e, sobretudo, respeito aos procedimentos, é possível, inclusive, ampliar os serviços de assistência à saúde, assistência jurídica e assistência religiosa dentro dos presídios”.
Ainda que o rigor quanto ao cumprimento das normas, mesmo que aliado ao respeito à dignidade do preso, tenha gerado a revolta do crime organizado cearense, Luís Mauro afirma que esse é um caminho sem volta. “A reação é medo de perder espaço, mas nós não trabalhamos com faz de conta e os procedimentos devem e serão respeitados”, anuncia.
HISTÓRICO
Outros dois policiais civis do DF também integram o primeiro escalão da Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará – os agentes policiais de custódia aposentados Carlos Justino de Mello e Aloisio Simões Martins. Junto com Mauro, eles desenvolveram a doutrina de rotinas carcerárias adotada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Mauro também esteve à frente da Força Tarefa de Intervenção Prisional (FTIP), do Ministério da Justiça, liderando as ações que garantiram à retomada do presídio de Alcaçuz (Município de Nísia Floresta – RN) – até então dominado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
Além disso, ele coordenou uma série de outras intervenções em estados Espírito Santo, Rio de Janeiro, Piauí, Minas Gerais e o próprio Ceará – para o controle de rebeliões em grandes complexos penitenciários e desenvolvendo, ainda, um trabalho de capacitação dos servidores locais com foco no domínio adequado dessas instalações.
Para o Sinpol-DF, o trabalho de destaque desenvolvido por Luís Mauro por mais de duas décadas na PCDF e em todo o Brasil, como especialista em Segurança Pública, gestão prisional e gerenciamento de crises, é motivo de orgulho para toda a categoria e mais um exemplo da grande capacidade técnica dos policiais civis do DF.