Em mais uma fase da Operação Snake, PCDF prende jovem picado por Naja
O universitário Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl é suspeito de crimes ambientais e ocultação de provas
atualizado
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A 14ª Delegacia de Polícia (Gama) prendeu, na manhã desta quarta-feira (29/7), o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl (foto em destaque). O mandado de prisão foi cumprido no Guará, no apartamento onde ele mora com a mãe, Rose Meire, e o padrasto, o coronel da Polícia Militar do DF (PMDF) Clovis Eduardo Condi.. O casal também é investigado por suposto crime ambiental e ocultação de provas.
O estudante, de 22 anos, entrou na mira da Polícia Civil após ser picado por uma cobra Naja kaouthia que criava como animal de estimação, apesar de a serpente não ser natural de nenhum habitat brasileiro. A suspeita é que o animal tenha sido trazido para o Distrito Federal a partir de uma licença irregular, emitida por uma servidora do próprio Ibama, que já foi afastada do cargo.
Documento que faz parte da investigação, ao qual o Metrópoles teve acesso com exclusividade, aponta Pedro como traficante de animais e “não mero colecionador”.
O mandado de prisão temporária foi cumprido no âmbito da quarta fase da Operação Snake. Na saída de casa, no Guará, Pedro mostrou o dedo do meio para a imprensa, que faz a cobertura do caso desde o dia em que ele foi picado pela Naja. O delegado William Ricardo, da 14ª DP, informou que um termo circunstanciado foi lavrado contra o rapaz, que vai responder pelo gesto obsceno dirigido aos jornalistas.
A prisão temporária, com prazo inicial de cinco dias, foi decretada pela 1ª Vara Criminal do Gama, após representação da PCDF. Os investigadores constataram indícios de que Pedro, com outros investigados, estaria envolvido em uma associação criminosa responsável, entre outras condutas, pela destruição das provas relacionadas aos crimes ambientais.
Um perito médico-legista da PCDF acompanhou a diligência para verificar as condições de saúde do estudante, por conta da notícia de que ele está com a saúde supostamente fragilizada em razão de ter recebido alta da unidade de terapia intensiva (UTI) há poucos dias, onde esteve em tratamento para se curar das consequências oriundas do veneno da cobra.
Após denúncia anônima, a PCDF apreendeu, nesta quarta, mais animais silvestres, entre eles, tartarugas, um lagarto e outra serpente, todos criados ilegalmente no Novo Gama (GO), no Entorno do DF. No entanto, a polícia diz que não há ligação desse caso com a Operação Snake.
Memória
Pedro foi picado pela Naja no dia 7 de julho. Levado ao Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, chegou a ficar internado, em coma. Precisou receber soro antiofídico, enviado pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
Assim que foi picado pela serpente, o amigo Gabriel Ribeiro, 24, que também está preso, iniciou uma peregrinação a fim de esconder os animais clandestinos que Pedro criava.
A Naja foi achada perto do Shopping Pier 21. Outras 16 serpentes, em uma chácara em Planaltina. Na manhã desta quarta, Gabriel prestará novo depoimento na 14ª DP.
O documento ao qual o Metrópoles teve acesso com exclusividade também aponta que o estudante “encontra-se visivelmente ameaçado”, uma vez que procura proteger o padrasto de Pedro, o coronel Clovis Eduardo Condi. Ainda segundo o documento, desde o início das investigações conduzidas pela 14ª DP, integrantes do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) têm atuado na tentativa de desvincular as serpentes localizadas dos investigados.