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Em assembleia, policiais civis decidem continuar movimento até quinta

Categoria espera proposta do governo para a próxima quarta-feira (31/8) e votou pela continuidade da “Operação Legalidade”. Policiais pedem exoneração de diretor de Comunicação da corporação, Miguel Lucena, a quem acusam de “sabotar” o movimento

atualizado

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Em assembleia na tarde desta quinta-feira (25/8), os policiais civis do Distrito Federal decidiram manter a “Operação Legalidade” pelo menos até a próxima quarta-feira (31), quando o governo promete apresentar uma proposta para a categoria. Os policiais reivindicam aumento de 37%, para equiparar os salários com os policiais federais. Nova assembleia está marcada para quinta-feira (1º).

Depois da votação, os policiais seguiram para a sede do complexo da Polícia Civil para pedir a exoneração do diretor de Comunicação da corporação, delegado Miguel Lucena. “A divisão de comunicação está tentando sabotar o movimento com informações falsas por ambições mesquinhas e políticas. A sociedade reconhece nosso pleito. Estamos mais unidos que nunca”, disparou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (SInpol-DF), Rodrigo Franco. A entidade calculou em 3 mil o número de agentes policiais presentes na assembleia de hoje.

Os policiais chegaram ao prédio gritando “fora, Lucena” e deixaram um termo com pedido de exoneração para que o diretor de Comunicação assine, assim como os demais colegas que exercem cargo de confiança. Ele disse aos presentes que apenas repassou informações sobre as viaturas baixadas na corporação e negou que esteja tentando “sabotar” o movimento. “Tenho responsabilidade de informar os dados oficiais. O descompasso com o movimento gerou essa revolta. Mas não posso apenas chancelar as informações do sindicato, pois posso responder por improbidade”, ressaltou.

Miguel Lucena dá explicações sobre as acusações dos policiais

A rusga entre Lucena e a direção do movimento foi provocada por um desencontro de informações sobre o número de viaturas policiais com defeitos encaminhadas para manutenção na última segunda-feira (22), após manifestação que fechou o Eixo Monumental. Os agentes disseram que entregaram 300 veículos ao governo e a corporação afirmou que foram apenas 70, o que não prejudicaria o trabalho de investigação.

Cargos de chefia
Também como forma de pressão contra o governo, segundo o Sinpol, mais de 85% dos cargos de chefia ocupados por agentes e delegados foram entregues na semana passada. Assim, muitas delegacias ficaram sem os responsáveis pelas investigações.

Presente na assembleia de hoje, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) elogiou a entrega de cargos de chefia pelos policiais. Segundo ele, a medida tem surtido efeito. Ele prometeu pedir ao governo que as exonerações sejam publicadas no Diário Oficial do DF. Esse deve ser um dos temas tratados em reunião que, de acordo com Bessa, está marcada para esta sexta (26) com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e demais parlamentares.


Tentativa de acordo
De acordo com Rodrigo Franco, ocorreram diversas reuniões ao longo da semana em busca de um acordo com a categoria. A mais recente ocorreu nesta quarta-feira (24), no Ministério Público do DF, onde estavam também representantes do governo, como o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e da Fazenda, João Fleury, além de membros do próprio MP. Na ocasião, o GDF disse que vai apresentar uma proposta em 31 de agosto.

João Gabriel Amador/Metrópoles
Policiais chegam ao complexo da corporação

Os policiais deflagraram a“Operação Legalidade” em 4 de julho. Conforme o Metrópoles mostrou na última terça-feira (23), o movimento está prejudicando as investigações de crimes graves no Distrito Federal. De acordo com o levantamento feito pelo sindicato da categoria (Sinpol), 50 mil depoimentos que dariam sustentação aos pedidos de prisão deixaram de ser colhidos durante os quase dois meses de operação.

Paralelo a isso, nas delegacias, os policiais foram instruídos pelo movimento a não fazerem relatórios ou assinarem boletins de ocorrência de outras forças de segurança. Também existe orientação para que seja interrompido o recolhimento de cadáveres cujas mortes sejam decorrentes de causas naturais.

 

 

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