Em apenas um dia, PCDF registra 40 tentativas de golpes virtuais
Cibercriminosos se aproveitam da pandemia de coronavírus e usam WhatsApp para tentar roubar dados de brasilienses
atualizado
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Criminosos têm se aproveitado da crise gerada pela pandemia de coronavírus para aplicar os mais diversos golpes virtuais. Apenas em 1º de abril, a delegacia eletrônica da Polícia Civil registrou 80 ocorrências de extravio, 70 de estelionato e 40 de crimes praticados pela internet, totalizando 190 ocorrências. Os três crimes são também os mais recorrentes no período de isolamento social.
O delegado Dário Taciano de Freitas Junior, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), explica que as principais fraudes são realizadas por meio do WhatsApp.
“Percebemos um aumento de crimes cibernéticos. Nas últimas semanas, foram verificados o envio de links com promoções e ofertas falsas. Normalmente, é pedido que o usuário informe seus dados pessoais e, por vezes, até do cartão de crédito. Esse golpe é conhecido como phishing”, disse.
Segundo o delegado, outro golpe comum tem sido o envio de endereço de determinada página que levaria a um download de um suposto aplicativo. “Esse aplicativo pode enviar os dados gravados no celular da vítima para o golpista, que inclui arquivos e até mesmo senhas bancárias”, alertou o policial.
Golpes na internet são comuns e estão aumentando gradativamente nos últimos anos. O policial explica que, com a ocorrência de uma pandemia e o isolamento domiciliar orientado pelas autoridades sanitárias, a utilização dos serviços pela internet aumentou.
“Como a maioria dos golpes ocorre por intermédio de aplicativos de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones, como o WhatsApp, faz-se necessário que, antes de clicar, cheque a veracidade das informações para não correr o risco de contribuir com a propagação do golpe. Ademais, não forneça dados e nem clique em qualquer link sem antes realizar uma verificação prévia”, orientou o delegado.
O policial também pede atenção redobrada em mensagens com as expressões: “Urgente!”, “Atenção!”, “Leia!”, “Não deixe de repassar!”, “Compartilhem antes que excluam!”, “Divulgue para todos os seus contatos!”, “Oportunidade única”, entre outras. Elas costumam chamar a atenção para enganar os usuários com links falsos.
A PCDF disponibiliza canais de denúncia para essas situações, que podem ser feitas pelo 197, pela delegacia eletrônica e pelo e-mail.
Dobro de ocorrências
Como medida para conter o avanço do novo coronavírus, a PCDF ampliou o rol de ocorrências que podem ser registradas pela internet, sem a necessidade de que a vítima compareça a uma delegacia. A medida já apresentou resultados: passaram de 200 ocorrências registradas por dia para 400.
Confira alguns delitos que somente poderiam ser registrados presencialmente e que agora, com a ampliação, poderão ser registrados via internet:
• Roubo;
• Lesão corporal;
• Crimes praticados em outros estados;
• Desacato;
• Desobediência;
• Constrangimento;
• Dano;
• Vias de fato;
• Violação de domicílio;
• Receptação;
• Furto em residência/comércio;
• Extorsão (virtual).
Casos de flagrantes e crimes considerados mais graves ou que demandam medidas cautelares não poderão ser registrados eletronicamente. São eles:
• Flagrantes;
• Crime consumado ou tentado de:
• Homicídio, feminicídio e infanticídio;
• Lesão corporal gravíssima ou seguida de morte
• Perigo de contágio de moléstia grave ou para a vida ou saúde de outrem;
• Latrocínio, roubo de veículos ou cargas e roubo com restrição de liberdade, além dos demais crimes contra o patrimônio com emprego de violência física;
• Extorsão mediante sequestro;
• Estupro;
• Furto de veículo;
• Casos de violência doméstica e familiar contra mulher, criança ou idoso.