Donos do Hotel St. Peter vão processar GDF por causa de invasão
Mais de 500 pessoas ocuparam as suítes do hotel. Segundo procurador, prejuízo chega a R$ 1 milhão
atualizado
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Os proprietários do hotel St. Peter, invadido há quatro dias por integrantes do Movimento de Resistência Popular (MRP), abrirão um processo judicial contra o Governo do Distrito Federal. A intenção é cobrar do governo danos causados ao local. A estimativa do procurador do estabelecimento, Clodoaldo Andrade, é que o prejuízo seja de, pelo menos, R$ 1 milhão. A ação contra a Secretaria de Segurança Pública será protocolada ainda nesta quinta-feira (17/9).
“Lá dentro, há quadros avaliados em R$ 100 mil. O conserto do teto da recepção, que caiu, custará ao menos R$ 70 mil. Vamos avaliar se há danos na parte elétrica, arrumar a piscina, que está com uma rachadura e, provavelmente, trocar as camas e utensílios dos dormitórios”, acrescentou.
Para os proprietários do hotel, o GDF está prevaricando na retirada dos integrantes do Movimento de Resistência Popular (MRP). “A ação diz que, em caso de resistência, o comando da Polícia Militar precisa agir e isso não aconteceu”, completou. A Secretaria de Relações Institucionais do DF, responsável pelo caso, alega que o governo vai retomar as negociações com o movimento e descarta, ao menos até esta semana, a invasão do hotel por policiais.Tentativas
Uma reunião entre representantes da secretaria e os coordenadores do MRP está agendada para esta sexta-feira (18/9), às 9h30, no Palácio do Buriti. O deputado Ricardo Vale, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, conversou na tarde desta quinta-feira (17/9) com os advogados do hotel e pediu paciência.
O Corpo de Bombeiros fez uma vistoria na parte externa do prédio na quarta-feira (16/9). O gesso de parte do teto da recepção do hotel desabou por conta de um vazamento de água. Os bombeiros desligaram, pela manhã, o sistema de gás. Uma equipe da Defesa Civil também esteve no local para avaliar os danos ao teto, mas o grupo a impediu de entrar.
Ainda na tarde desta quarta-feira (16/9), os coordenadores do movimento convocaram uma coletiva com os repórteres que aguardavam em frente ao hotel. Edson Silva, líder do MRP, foi categórico ao afirmar que, caso ocorra confronto com a Polícia Militar, o grupo vai resistir. Ele falou até em “banho de sangue”. Para manter os 450 adultos e 90 crianças, o movimento diz que recebe ajuda de sindicatos. Durante todo o dia, é possível observar carros na porta do St. Peter descarregando galões de água, arroz, açúcar e sal.
Invasão de luxo
O hotel foi ocupado na madrugada desta segunda. Mais de 400 pessoas invadiram os quartos. Nem a suíte presidencial escapou. Segundo os sem-teto, as portas das unidades estavam abertas e eles entraram. Já os donos do hotel dizem que houve arrombamento. Os quartos são equipados com televisão, ar-condicionado e banheira de hidromassagem. Além disso, os invasores estão utilizando a área da piscina e da cozinha, onde encontraram pratos e talheres. Um deles contou à reportagem do Metrópoles que há muitas bebidas importadas no bar do hotel. Não informou se foram consumidas.
Fotos: Vinicio Aguiar/Divulgação