DF: “quadrilha do guarda-sol” roubou R$ 250 mil em três meses
Os envolvidos se passavam por catadores de latinhas para mascarar os crimes cometidos
atualizado
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A organização criminosa interestadual alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta segunda-feira (09/03), roubava e furtava cofres em empresas há pelo menos 13 anos. Nos últimos três meses, a quadrilha levou cerca de R$ 250 mil de estabelecimentos de médio e grande porte do DF e Entorno.
A Operação Clypeus foi deflagrada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri). Durante a ação, sete pessoas foram presas na BR-040, rodovia que liga o DF ao Rio de Janeiro.
O grupo, que já estava sendo monitorado pela DRF, havia acabado de invadir o Supermercado Bellavia do Gama. Os criminosos entraram pelo telhado, arrombaram o cofre da empresa e levaram cerca de R$ 52 mil. Todos seguiam em três carros para o Jardim Ingá (GO), onde o grupo tem suporte. A prisão dos criminosos contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Nesta madrugada (09/03), eles demoraram cinco horas para roubar. Geralmente, levavam três horas”, disse o delegado Fernando Cocito, da DRF.
Conforme informou o investigador, quatro dos sete integrantes da quadrilha são da mesma família: pai, filho e dois sobrinhos. Os outros três são amigos dos demais. “É uma família que se perpetua no crime e que atua há pelo menos 10 anos”, pontuou o delegado.
“Eles faziam um levantamento prévio. No dia do ataque, se dividiam em tarefas. Parte do bando ficava em um matagal passando informações, outra parcela atacava e outra vigiava a movimentação nas ruas. Quando venciam o alarme, eles davam informações para os outros entrarem”, descreveu.
Ainda de acordo com o delegado, os envolvidos se passavam por catadores de latinhas para mascarar a vida no crime. Ainda de acordo com o delegado, os envolvidos se passavam por catadores de material reciclável para mascarar os crimes que cometiam. “Mas eles viviam mesmo dos roubos”, afirmou Cocito.
Quatro empresas no DF foram alvos de ataques da quadrilha desde janeiro deste ano. “Todos vão responder por organização criminosa, pelo furto qualificado mediante arrombamento e roubo. São pelo menos 10 anos de reclusão”, assinalou o delegado.
Histórico de crimes
De acordo com a PCDF, as investigações começaram após o roubo ao mercado Super Adega do Jardim Botânico. O crime ocorreu em 13 de janeiro deste ano. À época, os criminosos renderem o vigilante com armas de fogo e subtraíram R$ 121 mil do cofre da empresa.
Em 24 de fevereiro, o grupo voltou a atacar. O alvo foi o cofre de um posto de gasolina de Santa Maria. As investigações da DRF apontaram a dinâmica do crime. Parte dos investigados ficou responsável pela abordagem do segurança e abertura do cofre, enquanto outros criminosos comandaram tudo à distância, em um matagal da cidade. No entanto, os criminosos não conseguiram abrir o cofre e fugiram levando apenas o celular do vigilante.
No dia 2 de março, o grupo atacou a Pizzaria Dominus do Jardim Botânico. Os criminosos destruíram a parede do estabelecimento e arrombaram o cofre, levando a quantia de R$ 80.
A Polícia Civil informa que a organização criminosa era especialista em burlar sistemas de segurança – como detectores de temperatura e de presença – com a utilização de guarda-sóis. Também tinha a expertise em arrombar cofres com a utilização de serras circulares, marteletes industriais e furadeiras de impacto.
Os integrantes da quadrilha são de Joinville (PR) e já cometeram crimes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. Há alguns anos, mudaram-se para Entorno do Distrito Federal.
A organização criminosa foi presa em 2013 pela Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul (PCMS). À época, ficou conhecida como “quadrilha do guarda sol”, porque usam guarda-sóis para burlar os sensores de segurança das empresas.