DF: polícia intima vigilante que agrediu jovem em boate
Nas redes sociais, irmã de vítima disse que ela foi agredida após tentar subir ao palco para dar abraço em cantor
atualizado
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A segurança que aparece em vídeo agredindo uma jovem na boate People’s do Pistão Sul, Taguatinga, foi identificada e será ouvida pela polícia esta semana. A vítima registrou ocorrência na noite de domingo (08/12/2019), na 21ª Delegacia de Polícia.
Nas imagens, é possível ver a vigilante, cujo nome não foi divulgado, dando um soco na cliente e arremessando-a ao chão em seguida. A vítima bateu a cabeça contra o chão e ficou caída. Ainda assim, a vigilante deu um chute e arrastou a mulher pelos pés. O caso ocorreu na madrugada de sábado (07/12/2019).
Em nota, a People’s Lounge Bar informou ter solicitado à empresa terceirizada o afastamento da segurança. Afirmou, ainda, que ambas “estão sendo notificadas e responderão pelos seus atos”.
Embora não tenha registro de atendimento da Polícia Militar sobre a agressão contra a mulher, a corporação atuou duas vezes na mesma boate durante a madrugada de sábado: por volta das 3h30, um homem foi abordado com uma faca e, às 4h30, outra pessoa foi presa por desacato e desobediência.
Em depoimento à polícia, a jovem conta que foi abordada pela segurança dentro da boate. Ela diz que foi contida de forma violenta quando tentou subir no palco onde um cantor se apresentava.
Além das agressões, a vítima denuncia que teve o celular furtado. A sua irmã que também estava na festa, contou que levou um soco ao tentar intervir.
Beatriz Fernandes, uma das jovens agredidas, fez uma postagem do caso nas redes sociais. “O que eles fizeram poderiam ter deixado graves sequelas na minha irmã”, disse a jovem. Ela confirmou que os seguranças usaram de violência por motivo fútil. E ainda disse que a “casa de show não entrou em contato nem para saber se ela estava viva”.
Sem autorização
O Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv) afirmou que a prestadora de serviços Guerra Vigilância atua de forma clandestina e não tem autorização da Polícia Federal para atuar no ramo.
“A cada três meses, a Polícia Federal manda uma relação de empresas aptas a trabalhar com vigilância, e a Guerra não está nesta relação. A segurança clandestina é um problema e, hoje, poucas boates contratam empresas autorizadas pela PF. O problema se repete em supermercados”, denuncia o diretor do Sindesv, Gilmar Rodrigues.
O Metrópoles tentou contato com a empresa Guerra Vigilância por meio de dois telefones e nenhum dos números atendeu às ligações. A reportagem também questionou a Polícia Federal sobre a autorização de atuação da prestadora de serviços e aguarda resposta.