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Delegados planejam pedir saída de Eric Seba do comando da PCDF

Decisão deve ser tomada na próxima semana, em assembleia do sindicato. Divulgação de áudio em que Seba critica colegas acirrou os ânimos

atualizado

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1 de 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Insatisfeitos com a atuação do diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Eric Seba, delegados podem pedir a exoneração dele na próxima semana. Áudios nos quais Seba chama um colega de “maconheiro” e insinua serem corruptos os que desejam “desestabilizar a instituição por conta da direção” voltaram à tona e incendiaram a já delicada relação.

Nesta quarta-feira (10/1), a discussão sobre o assunto foi incluída na pauta da próxima assembleia do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Distrito Federal (Sindepo-DF), prevista para ser realizada na semana que vem. Para o presidente da entidade, Rafael Sampaio, a situação se tornou insustentável, ainda mais porque Eric Seba estaria sem dialogar com a categoria “há meses”.

Sampaio lembrou que, em 2016, o diretor-geral se comprometeu em garantir a paridade salarial da Polícia Civil do DF com a Polícia Federal e, caso não conseguisse, entregaria o cargo. “Ele foi eleito pelos colegas, mas conseguiu manchar, macular e destruir a imagem dele, por conta dos comportamentos absolutamente controversos”, opina Rafael Sampaio.

Ao Metrópoles, o diretor da PCDF disse que vai abrir uma apuração interna para investigar o vazamento dos áudios. Ele confirmou a veracidade das gravações e contou que elas foram feitas em uma reunião, no ano passado, com delegados que “julgava confiáveis”.

Trata-se de uma reunião onde assuntos restritos à cúpula da Polícia Civil eram discutidos e foram vazados por alguém sem qualquer ética

Eric Seba, diretor da PCDF

Para ele, o vazamento seria uma tentativa de desestabilizá-lo justamente quando o assunto da paridade retorna à pauta da categoria. Segundo Seba, a ação não estaria vinculada às mudanças que estão sendo feitas neste momento na corporação, com troca de delegados e a criação de uma superdelegacia de combate à corrupção.

Outras reivindicações
Os motivos para o aborrecimento da categoria vão além do reajuste, de acordo com o presidente da entidade. Entre os assuntos, ele destacou a estagnação do concurso para policiais e a não utilização de R$ 18 milhões do Fundo de Modernização, Manutenção e Reequipamento da PCDF. “Daria para comprar 300 viaturas. É uma inoperância inaceitável”, finaliza.

Em junho de 2017, uma pesquisa encomendada pelos sindicatos das categorias da corporação apontou que 90% dos profissionais desaprovam a condução da Polícia Civil do Distrito Federal. Foram entrevistadas 449 pessoas para o diagnóstico.

Uma luz no fim do túnel?
Mesmo se livrando das amarras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o GDF mantém o discurso de não ter condições para dar aumento ao funcionalismo local. Para os policiais civis, no entanto, uma proposta é sondada: o Executivo estuda oferecer incremento de 14,3% nos salários dos que aceitarem trabalhar uma hora a mais, amenizando também o impacto do deficit de profissionais da corporação.

Para isso, no entanto, o Governo do Distrito Federal espera o aval do Ministério do Planejamento para receber o superavit do Fundo Constitucional.

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