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Cresce a violência nos ônibus que circulam no DF

O ano nem acabou e já são 1.867 ocorrências de assaltos nos coletivos, com uma média de ao menos seis por dia

atualizado

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Pegar o ônibus para ir ao trabalho ou voltar para casa tem se tornado uma atividade de risco no Distrito Federal. E não são apenas usuários do transporte que reclamam. Dados da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social indicam o crescimento expressivo de roubos em coletivos que transitam pelo DF.

Em entrevista na sede da secretaria, a interina da pasta, Isabel Figueiredo, informou que, no mês passado, foram 314 ocorrências de roubo nos ônibus — número 62,5% maior do que em outubro de 2014, quando foram registrados 193 crimes desse tipo.

No ano, já são 1.867 ocorrências de assaltos dentro de ônibus no DF, equivalente a uma média de 186 por mês, ao menos seis por dia.

Não é preciso procurar muito para encontrar uma vítima. Na fila para pegar o ônibus na Rodoviária do Plano Piloto, Graciella Menezes de Morais, 17 anos, conta que foi roubada indo para Planaltina “Eram vários adolescentes, uns com revólveres e outros com facas. Passaram recolhendo os celulares dos passageiros, inclusive o meu.” Segundo a estudante, o crime ocorreu de dia, há menos de um mês.

Rodoviários
Os funcionários das companhias de transporte também são alvos frequentes da violência nas pistas. O cobrador Cristiano Sahium, 35 anos, trabalha na linha que liga a Rodoviária do Plano Piloto a Luziânia (GO), passando por várias regiões do DF. Ele relata que os crimes são rotineiros e que até já sabe identificar os criminosos.

De algum tempo para cá, os assaltos aumentaram muito. Outro dia, um casal de boa aparência, que parecia estar indo passear, roubou o ônibus em que eu estava. Como trabalho sempre no mesmo trajeto, sei quem são os passageiros. Quando há alguém diferente, desconfio. E tem ladrão que até já conheço. Teve um que me assaltou duas vezes

Cristiano Sahium (foto), cobrador

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Sahium também aponta os locais que considera mais perigosos e a forma de agir dos bandidos. “Eles costumam embarcar nas paradas do Sol Nascente, do Jardim Ingá, da Cidade Ocidental ou de Valparaíso. Geralmente, entram em dois ou três. Um fica mais ao fundo e o outro mais à frente. Costumam pegar o ônibus cheio, quando tem mais gente que pagou passagem. Esperam um pouco para ver se não tem nenhum policial e, então, anunciam o assalto. O da frente fica dando as coordenadas e ameaçando o cobrador e o motorista enquanto o outro rouba os passageiros.”

Insegurança na estrada
Nessas situações, o medo toma conta das vítimas. “Eles contam quantas pessoas há no veículo. Se tentarmos dar menos dinheiro, eles batem na gente. Vários motoristas tomaram coronhada, facada… O terror é grande”, diz o cobrador.

O sentimento é o mesmo da secretária Rayane Rejane, 26 anos. “O clima é muito tenso. Vi o ônibus sendo assaltado duas vezes no caminho para o Recanto das Emas. Por sorte, não me levaram nada, mas a sensação é muito ruim”, conta a moça.

Para um motorista que preferiu não ter o nome divulgado, os assaltantes costumam ser adolescentes que trabalham para traficantes ou outros bandidos. “Eles sabem que não vão ficar presos muito tempo. Ainda usam facas ou armas brancas, o que ameniza a pena.”

Outro aspecto ressaltado pelo cobrador Cristiano Sahium é a falta de policiamento nas estradas que cortam o DF. “Não vemos uma viatura nas estradas. E, quando tentamos falar com a Polícia Militar ou com a Polícia Rodoviária Federal, não conseguimos. Nem ao menos um código ou procedimento para avisá-los nós temos.”

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Florisvaldo Ferreira César, reconhece que é preciso incrementar o patrulhamento para evitar esse tipo de crime. “Estamos trabalhando com a inteligência da corporação para detectar os locais e as formas de agir dos criminosos e estabelecer estratégias para combatê-los.”

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