Briga por videogame motivou a morte de garoto achado carbonizado
Maurício Costa Souza tinha 11 anos e estava desaparecido desde a noite de sábado (18). Corpo estava amarrado com arame
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Civil disse que Maurício Costa Souza, 11 anos, foi morto por um amigo de infância devido a um desentendimento envolvendo um videogame. O próprio menor, J.S.J., que tem 15 anos, confessou o crime. Ele foi apreendido e encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na Asa Norte. O caso ocorreu no Setor de Chácaras Santa Luzia, na Estrutural, a 100m da casa onde Maurício morava com os pais.
Ainda de acordo com a Polícia, durante a briga, “J.S.J. degolou a garganta da vítima, que foi jogado em um local onde se queima lixo e coberto por um colchão velho. O corpo acabou carbonizado, provavelmente devido à queima de lixo no local”.
O padrasto do adolescente infrator foi conduzido à delegacia após ter sido abordado por policiais portando crack para consumo próprio. Ele foi autuado por uso e porte de drogas e liberado após assinatura do termo de compromisso de comparecimento à Justiça. J.S.J. responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio.
Maurício estava desaparecido desde o sábado (18). De acordo com o pai da criança, o catador de materiais recicláveis Francisco de Assis, 43, o filho e J.S.J. cresceram juntos. O filho desapareceu na tarde de sábado, depois de os pais negarem pedido para ir até a Vila Olímpica. “Ele brincava lá todos os dias. Ontem (sábado), pedi para que ele ficasse em casa. Depois de um tempo, ele sumiu”, contou Francisco ao Metrópoles.
“O primeiro lugar em que procurei foi na casa do amigo dele (o adolescente que confessou o crime), que era aqui perto. Falaram que ele tinha passado por lá e ido embora. Rodei a madrugada toda atrás dele e nada”, continuou o pai da criança. Ele registrou a ocorrência do desaparecimento de Maurício por volta de 1h deste domingo (19), na 4ª Delegacia de Polícia (Guará).
“De manhã, me deu um estalo e voltei para a casa desse amigo para ver se o Maurício tinha dormido lá. Quando cheguei, só estava o rapaz e o padrasto dele, que apontaram o corpo queimado próximo à grade do Parque Nacional”, acrescentou Francisco, emocionado.
De acordo com Francisco, além do adolescente, o padrasto do rapaz foi levado para a 8ª DP (SIA), que investiga o caso. “Tinha sangue na casa deles e o homem chegou a fugir quando viu a movimentação de polícia”, revelou o pai.
Francisco contou ainda que Maurício nunca tinha fugido de casa, especialmente dormido fora, sem avisar os pais. “A mãe não chegou nem a ver o corpo. Estava todo queimado, mas depois da perícia deu para ver certinho, era ele.”
Maurício, que tem cinco irmãos, estudava em uma escola pública da região e queria ser professor. Ele estava no 3° ano. A casa, de quatro cômodos, é simples. “O Maurício dividia o quarto com a irmã, porque tinha medo”, revelou a mãe do menino, Marlene Costa Silva, de 30 anos, também catadora de materiais recicláveis.