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Com três tentativas de fuga em 48h, Justiça interdita outra ala da Papuda

Últimas fugas indicam mais “ousadia e destemor”, afirmou a juíza. O ataque dos internos foi direcionado à parede frontal da cela

atualizado

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Complexo Penitenciário da Papuda
1 de 1 Complexo Penitenciário da Papuda - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais (VEP), interditou uma nova ala do Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado no Complexo Penitenciário da Papuda. A medida cautelar foi tomada após o registro de novas tentativas de fuga. Nas últimas 48h a direção do CDP I reportou três tentativas de fuga frustradas pelo policiais penais.

Informações e imagens enviadas à VEP detalham que ao menos menos duas delas, seguiram a mesma técnica empregada na fuga dos 17 detentos, registrada há 12 dias. O último caso, segundo a juíza, “indica ainda mais ousadia e destemor”. O ataque dos internos foi direcionado à parede frontal da cela, voltada para o pátio, em plena luz do dia, quando a unidade tem seu efetivo de policiais reforçado.

“A situação do CDP sempre causou extrema preocupação para este Juízo, por ser o presídio mais antigo do sistema penitenciário do DF, bem como por ter estrutura arquitetônica bastante frágil. É que, à época de sua construção, ainda na década de 1960, não era comum o uso de concreto, tampouco de malhas de ferro para o reforço e contenção do ambiente prisional”, detalhou Leila Cury.

Em virtude da situação de fragilidade, a VEP afirmou que vem monitorando a situação do CDP. Já interditou em ocasião pretérita, pelos mesmos motivos, as Alas B, D e A do mesmo Bloco l, para realização de reformas.

Agora, será feita a desocupação da Ala D do Bloco I, para que a administração penitenciária providencie os devidos reparos e com a devida urgência, para evitar a ocorrência de tentativas de fuga.

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Ao todo, 17 presos fugiram do CDP em 14 de outubro
Durante a ação, os policiais penais perceberam a movimentação e evitaram que eles fugissem
Policiais penais apreenderam 18 estoques
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A faca estava dentro de uma quentinha servida no jantar do CDP

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Ao todo, 17 presos fugiram do CDP em 14 de outubro

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Durante a ação, os policiais penais perceberam a movimentação e evitaram que eles fugissem

Material cedido ao Metrópoles
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Policiais penais apreenderam 18 estoques

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“Considerando que não há possibilidade alguma de os internos permanecerem na Ala interditada, sob pena de inviabilizar a realização da obra, autorizo o remanejamento deles para o Bloco 1, Ala B, de forma equânime, na medida do possível e, desde que sejam respeitadas as características processuais e pessoais de cada um”, determinou a juíza.

A Justiça estabeleceu o prazo de 30 dias, para que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) apresente o plano detalhado de obras para recuperação da Ala interditada, com indicação dos ajustes que serão realizados, material a ser empregado, mão-de-obra e cronograma de entrega.

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Os presos usam estoques para abrir buracos nas paredes
Os policiais penais conseguiram frustrar as tentativas de fuga ocorridas no último final de semana
Os presos perfuram com facilidade as paredes das celas
Com os efeitos do tempo, as paredes estão esfarelando
Os presos se revezam na tentativa de abrir buracos nas celas
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Os presos do CDP planejam fugas diariamente

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Os presos usam estoques para abrir buracos nas paredes

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Os policiais penais conseguiram frustrar as tentativas de fuga ocorridas no último final de semana

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Os presos perfuram com facilidade as paredes das celas

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Com os efeitos do tempo, as paredes estão esfarelando

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Os presos se revezam na tentativa de abrir buracos nas celas

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Diariamente, novos buracos são feitos pelos presos

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Os internos fazem as escavações durante a noite para não chamar atenção dos policiais penais

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Imagens da estrutura

Há 12 dias, a magistrada já havia interditado a Ala C, do Bloco 1 do CDP, após 17 presos fugirem pelo telhado. Na decisão assinada nessa segunda-feira (26/10), Leila Cury afirma que a ampla divulgação do caso nos meios televisivos, incluindo detalhes da estrutura do presídio podem ter contribuído para as novas tentativas registradas no último fim de semana.

“Infelizmente, a última fuga ocorrida naquela unidade prisional foi exaustivamente explorada pelos órgãos de imprensa, com ampla divulgação da sua estrutura arquitetônica e amplo fornecimento dos detalhes sobre a forma de se acessar os pontos mais vulneráveis das cercas da unidade”, destacou a juíza.

Uma das regalias concedidas aos custodiados é o uso de aparelhos televisores. “Os episódios dos últimos dias indicam que o vazamento de fotos, vídeos e informações da estrutura do presídio, muito provavelmente colaboraram para os lamentáveis episódios do último fim de semana”, destacou.

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