Com gás caro e escasso, ladrões levam 32 botijões de posto do DF
Criminosos fizeram uma abertura no ferro da gaiola onde estavam os botijões para levá-los de posto da 406 Norte
atualizado
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Trinta e dois botijões de gás de cozinha foram furtados em um posto de gasolina na 406 Norte, na madrugada desta terça-feira (07/04). O Metrópoles esteve no local e apurou que os assaltantes fizeram uma abertura no ferro da gaiola onde estavam os botijões para levá-los embora.
De acordo com informações do chefe de pista do estabelecimento, os produtos estavam sendo vendidos a R$ 75 e apenas dois vasilhames ainda tinham gás. Os demais estavam vazios.
“O posto fechou por volta das 22h e, quando o frentista saiu, estava tudo normal. Quando eu cheguei pela manhã, observei as gaiolas vazias e achei estranho”, comentou Ademar Martins.
Ele decidiu ligar para o gerente, que relatou ter chegado 40 botijões no posto na segunda-feira (06/04). “Eles levaram 32 e deixaram oito. A gente acha que eles estavam em um carro pequeno e não conseguiram armazenar todos eles dentro do veículo.”
Veja os registros da reportagem:
Até o momento, o posto não calculou o prejuízo com o furto. O estabelecimento também não registrou a ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nem acionou a Polícia Militar.
“Puxamos as imagens das câmeras de segurança para tentar ver o horário, mas os nossos vídeos não fizeram o registro. Como o equipamento não está virado para a gaiola e a noite fica tudo muito escuro, não conseguimos captar nem ao menos um vulto”, lamentou.
“Vamos fazer a ocorrência on-line e esperar as investigações”, disse Ademar.
Caro e escasso
Desde a semana passada, brasilienses de diversas regiões administrativas do Distrito Federal relatam dificuldades para encontrar gás de cozinha e aumento dos preços nas revendedoras por causa da pandemia do novo coronavírus.
O preço do gás de cozinha chegou a R$ 120, com a taxa de entrega, na capital. Desde o início do isolamento social para evitar o contágio, a escalada do valor já havia sido notada. Mas ela não para. Antes da quarentena, a recarga do botijão custava R$ 70. Ou seja, agora, o brasiliense observa um aumento de 71,4% em poucas semanas.
Isso quando o consumidor consegue comprar. Afinal, o produto está em falta no Distrito Federal. E a população enfrenta filas diariamente para consegui-lo.
Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Lago Sul, Lago Norte e outros locais sofrem com o problema. Nessa segunda-feira (06/04), uma revenda do Pistão Sul recebeu mil botijões às 18h. Por volta das 23h30, tudo estava vendido.
De acordo com o presidente do Sindvargas-DF, Sérgio Costa , desde 2002 vigora no Brasil o regime de liberdade de preços.
“Não há preço mínimo ou preço máximo. É claro que o sindicato repudia todo tipo de ações de preços abusivos, ainda mais neste momento”, afirmou.
Segundo Costa, o Instituto de Defesa do Consumidor do DF (Procon-DF), a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estão monitorando o mercado e tomaram medidas para conter abusos.
Preço da crise
Por outro lado, na opinião de Costa, em função da crise, os preços estão sofrendo aumentos por conta do desabastecimento. “O preço médio do botijão é R$ 70,64. Fica entre R$ 63,99 e R$ 95”, argumentou.
Para o presidente do Sindvargas, a situação no DF só vai se normalizar quando a Petrobras retomar a produção normal de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
“Pedimos, mais uma vez, a conscientização do consumidor: não há necessidade de estocar. Uma família média consome um botijão médio em 42 dias. Quem estoca deixa outra família, geralmente de baixa renda, sem o produto e agrava a situação de todos”, pediu.