Com coletes à prova de bala vencidos, PMs ameaçam não sair do quartel
Corporação alega que há material para revezar entre os 10 mil militares do DF que vão para as ruas. Pelo menos até que licitação da compra de novas unidades seja concluída
atualizado
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Policiais militares do Distrito Federal prometem não sair às ruas por falta de equipamentos de segurança. Um dos lotes dos coletes à prova de balas da corporação vence nesta sexta-feira (20/5). Os equipamentos usados atualmente foram adquiridos em maio de 2011 e têm validade de cinco anos. Sem novas unidades, os militares iniciaram a campanha “Não sairemos para as ruas com coletes vencidos”, o que pode significar menos segurança nas ruas a partir deste sábado (21/5).
Alguns policiais alegam serem obrigados a usar os coletes fora da validade e dizem sofrer ameaças caso não concordem. “Isso tudo pode culminar em uma operação tartaruga”, alegou um militar que preferiu não se identificar. A convocação para o protesto circula em grupos internos dos PMs nas redes sociais.A partir deste sábado (21), os profissionais que forem trabalhar prometem comunicar aos superiores que não há condições de ir para as ruas com colete vencido. Depois disso, pedirão a resposta por escrito.
“Vamos ver qual vai ser a postura do comando, se vai obrigar, se vai assumir o risco. A ideia é ninguém sair para rua. Logo, pode ser que amanhã (sábado) a partir das 7h, na troca de serviço, os policiais trabalhem em número reduzido”, completou o militar.
De acordo com a assessoria de Comunicação Social da Polícia Militar, a corporação abriu um pregão para comprar os equipamentos, mas, em 13 de abril deste ano, cancelou o ato, pois os coletes oferecidos pela empresa vencedora foram reprovados no teste da corporação.
Um novo processo foi aberto e só deve ser concluído em 60 dias. “Não podemos trabalhar com coletes que não passaram no teste. A segunda e a terceira empresas do pregão não aceitaram prestar o serviço pelo preço da primeira. Por isso, tivemos que refazer o processo”, afirmou o chefe da Comunicação, coronel Antônio Carlos Freitas.
Hoje, o Distrito Federal tem 13.800 policiais na ativa. Entre eles, cerca de 10 mil saem às ruas. “A nova licitação é para 11 mil coletes. O vencimento é apenas de um lote. Enquanto o processo não terminar, vamos fazer um sistema de rodízio com os equipamentos bélicos. Nenhum policial vai trabalhar sem proteção. Os lotes dos coletes têm data de vencimento diferentes”, completou Freitas.
A corporação não informou ao Metrópoles quanto coletes estão vencidos. Em janeiro deste ano, o comandante-geral da PM, coronel Marco Antônio Nunes, gravou em vídeo uma mensagem institucional para os militares e disse que a questão dos equipamentos seria resolvida, conforme mostrou o Metrópoles.
O problema não é exclusivo da PM. A Polícia Civil e o Detran também foram alvo de denúncias de servidores por conta de coletes com validade expirada.
Em nota, a Associação e o Sindicato dos Delegados de Polícia do DF afirmaram que os coletes à prova de bala precisam estar dentro da validade para assegurar o trabalho de cada policial e acompanham de perto a situação. Em contato recente com a Direção-Geral, foi esclarecido que a compra de novos coletes está providenciada.