Chefe da PM afirma que subcomandante foi promovido a subsecretário
Comandante Florisvaldo César nega veementemente que supostas irregularidades em contrato de manutenção de viaturas da corporação tenham provocado a saída de Josias Seabra
atualizado
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O comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Florisvaldo César, negou veementemente que a saída de seu subcomandante, coronel Josias do Nascimento Seabra, tenha sido motivada pelas investigações referentes às suspeitas de fraude em contratos de manutenção de 378 viaturas tipo Pajero pertencentes à corporação. As possíveis irregularidades são objeto de apuração do Tribunal de Contas do DF (TCDF).
O coronel César afirmou que Seabra recebeu um convite do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para assumir a Subsecretaria de Integração e de Segurança Pública, da qual faz parte a Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade). Segundo o chefe da PM, o subcomandante assumiria o cargo nesta terça-feira (15/12).
“Seabra recebeu um convite do governador Rodrigo Rollemberg para reestruturar a Subsecretaria de Integração de Segurança Pública”, disse o comandante. E justificou: “Teremos as Olimpíadas no próximo ano e o desenvolvimento do Programa Pacto pela Vida. Então, o governador viu na pessoa do subcomandante-geral a figura capaz de coordenar ações que envolvessem todo o governo, como CEB, Caesb, Terracap, Novacap, Agefis, Seops, Polícia Militar, Corpo de Combeiros, Polícia Civil, Detran, DER e a Secretaria de Grandes Eventos do Ministério da Justiça”.
Para o comandante-geral da PM, o movimento de seu subordinado é para cima, “uma promoção. Isso sem duvida é um avanço na carreira e jamais poderia ser colocado na conta do retrocesso”.César cita que o coronel Seabra tem 26 anos de carreira, é um oficial experiente e que, ao longo de sua trajetória, serviu em tropas especializadas, tendo sido um dos fundadores da Força Nacional de Segurança, e tendo também comandado operações complexas, como a da Raposa Serra do Sol, os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, além da implantação do Batalhão Pronto Emprego da Força Nacional.
Integrantes da corporação ouvidos em off pelo Metrópoles, no entanto, atribuem que a saída de Seabra estaria relacionada a divergências envolvendo os contratos de licitação para a manutenção da frota de viaturas. Seabra seria a favor de renovar o contrato extinto em setembro deste ano, diferentemente de outra corrente dentro da PM que defendia a realização de uma nova concorrência pública. O comandante da PMDF descarta categoricamente essa tese.
Com relação às denúncias envolvendo a manutenção das Pajeros, o comandante-geral disse que mandou auditar todos os contratos de prestação de serviço e de manutenção da PM assim que assumiu o cargo e o contrato dos veículos estava nesse bojo.
Segundo o coronel César, “irregularidades foram encontradas e nós suspendemos o contrato”. Desde então, um outro processo foi iniciado e na semana passada, o Tribunal de Contas do DF liberou o andamento da licitação, que foi vencida pela RR Guilherme, a mesma empresa que fazia
a manutenção das viaturas anteriormente.
A indicação de Seabra ocorre antes mesmo da nomeação do titular da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social. Há mais de um mês o cargo está vago com a saída de Arthur Trindade da pasta.
Quem assume a vaga de subcomandante da PM é o coronel Marco Antônio Nunes de Oliveira, atual chefe do Estado-Maior da corporação.