Casal de universitários de classe média é preso por vender ecstasy
A dupla comercializava cerca de 1 mil comprimidos da droga por semana, sob encomenda e em festas rave do Distrito Federal
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu em flagrante um casal de estudantes universitários que vendia droga de alto custo no atacado e no varejo. Segundo a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), responsável pela investigação do caso, os traficantes, um rapaz de 22 anos e uma mulher de 20, comercializavam ecstasy em festas embaladas por música eletrônica no DF, as raves. A dupla, de classe média, também vendia o entorpecente sob encomendas, feitas por redes sociais.
O casal de namorados, morador do Guará, foi preso na terça-feira (29/8), por volta das 19h, em Águas Claras. Com eles, a PCDF apreendeu uma porção de haxixe e um frasco, supostamente, de lança-perfume – o líquido passa por perícia. A corporação não divulgou a identidade deles para não atrapalhar a investigação. O rapaz é estudante de engenharia mecatrônica. Já a namorada dele cursa administração.
A prisão ocorreu depois que policiais civis se infiltraram em festas onde há livre consumo dessa droga e se passaram por supostos compradores. “Dois agentes simularam uma compra de 1 mil comprimidos e marcaram encontro com os traficantes em frente a uma faculdade particular de Águas Claras. Em seguida, entraram no carro do casal e começaram a rodar pela cidade, acompanhados por equipe disfarçada da Cord, que estava em outro veículo”, narrou o delegado Erick Sallum, responsável pelo caso.
No trajeto, os agentes simularam a transação de 250 comprimidos. “O casal afirmou que só restava essa quantidade, pois haviam vendido 750 ‘balas’, como eles chamam a droga, no dia anterior”, detalhou. De acordo com o delegado, na volta ao local combinado, os agentes deram voz de prisão ao casal. Ainda segundo o investigador, a dupla tentou fugir, sem sucesso.
Sallum contou que a droga era vendida, no atacado, por R$ 12 o comprimido. Mas, nas baladas rave, o preço chegava a cerca de seis vezes esse valor: R$ 70. Segundo ele, o entorpecente tinha formato do personagem Darth Vader, da saga Star Wars, e apresentava elevado grau de pureza, por causa de alta concentração do princípio ativo metilenodioximetanfetamina (MDMA). A dupla vendia cerca de 1 mil comprimidos por semana.
Sting operations
O delegado também explicou que a Cord recorreu ao método de se passar por potenciais compradores, as chamadas “sting operations” – “operação ferrão”, em tradução livre do inglês –, para driblar as barreiras enfrentas pelas polícias mundo afora.
Esses entraves decorrem da criptografia de ponta a ponta nos aplicativos como WhatsApp. Na prática, isso significa que, após o envio, a mensagem é “embaralhada” digitalmente e só pode ser reorganizada quando chega ao destinatário.
As raves são zonas de livre comércio de drogas. Os traficantes já não demonstram medo mais, vendem de forma esculachada e aberta
Erick Sallum, delegado da Cord
A Polícia Civil suspeita de que o casal faça parte de quadrilha especializada em tráfico e atue apenas na venda das substâncias. “Eles traficavam para pagar a fatura do cartão de crédito”, afirmou o delegado. Agora, a corporação concentra esforços para localizar a fonte dos entorpecentes e os outros integrantes do bando.
Soltura
Menos de 24 horas após a prisão, o casal saiu da carceragem da PCDF após decisão judicial. Segundo o delegado, a dupla tinha ficha limpa e, por isso, a Justiça determinou a soltura.
Apesar disso, os criminosos foram indiciados por tráfico de drogas e terão de aguardar julgamento em domicílio, monitorados por tornozeleira eletrônica.