Câmeras de videomonitoramento seguem sem função no DF
Das 508, apenas 134 emitem imagens para três centrais de monitoramento, devido a problemas no contrato de manutenção e vandalismo
atualizado
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Importantes aliadas no combate à criminalidade, as câmeras de monitoramento estão espalhadas estrategicamente por quatro regiões administrativas. No entanto, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, das 508, apenas 134 estão em pleno funcionamento e gerando imagens para três centrais.
As câmeras estão instaladas em Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Plano Piloto. Os equipamentos poderiam ser utilizados na elucidação de casos graves de violência, como homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte). De acordo com a Secretaria de Segurança, somente em outubro, 50 pessoas foram assassinadas no DF. No acumulado do ano, são 492.
As câmeras também poderiam inibir ou mesmo ajudar a solucionar casos de assaltos. De acordo com a Secretaria de Segurança, quase oito em cada 10 casos de roubos são a pedestres, ou seja, ocorrem nas ruas. Muitas vezes, em plena luz do dia. Em outubro, foram registrados 2.713 casos dessa natureza.
O projeto de videomonitoramento do DF prevê a instalação total de 835 câmeras nas regiões administrativas e a criação de 10 Centrais de Monitoramento Regional (CMRs), responsáveis por captar as imagens.A secretaria diz que a maioria das câmeras está sem funcionar por causa da falta de contrato de manutenção. O problema teria começado no governo anterior. No entanto, a pasta garante que os débitos atrasados com as empresas foram pagos. Além disso, segundo a secretaria, dos equipamentos instalados, pelo menos 28 foram alvos de vândalos.
O projeto tem custo total de R$ 26,3 milhões. Ainda não há previsão para instalação das 327 câmeras remanescentes, do total de 835. Com relação às centrais, das 10 previstas, três estão funcionando, uma está em fase de instalação e seis ainda serão implementadas. As CMRs ficam dentro dos batalhões da Polícia Militar.
A pesquisadora em segurança pública e professora da Universidade Católica de Brasília Marcelle Figueira alerta que, para o sistema ter eficácia, precisa estar associado a outros instrumentos. “Para se ter um efeito imediato, não basta só captar e transmitir as imagens. É preciso ter uma equipe com ligação direta com os policiais que estão nas ruas. A questão é: o governo vai ter equipes para monitorar essas 800 câmeras?”, questiona.