Briga por carro motivou chacina em acampamento cigano no DF
Os envolvidos não teriam qualquer relação com a comunidade. Apenas teriam marcado de “desfazer” o negócio no local
atualizado
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A principal linha de investigação da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) para a chacina registrada nesse sábado (01/02/2020) em um acampamento cigano é referente à venda de um carro. O desentendimento entre o vendedor e o comprador do automóvel teria dado início ao episódio violento, que tirou a vida de quatro pessoas.
O delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado, confirma que o cerne da questão consiste na desavença entre dois homens. “Dois chegaram a pé no acampamento. Um deles teria vendido um carro por R$ 15 mil. No entanto, o veículo tinha vários problemas, incluindo clonagem e adulteração. O comprador, inclusive, foi preso ao ser flagrado com o automóvel”, detalhou o policial.
Os envolvidos não teriam qualquer relação com o grupo cigano. Apenas teriam marcado de “desfazer” o negócio no local. O comprador chegou em um Honda HRV com cinco homens. Eles desembarcaram e iniciou-se a troca de tiros. Três ocupantes do veículo foram baleados e morreram no local.
“Os dois que chegaram antes conseguiram fugir a pé. Eles encontraram um cigano no caminho e, de forma covarde e brutal, atiraram na vítima (atingindo o olho e o tórax) e fugiram no veículo dele”, contou o delegado.
A dupla foi localizada e presa pela Polícia Civil. Durante o depoimento, usaram o direito de permanecer calado. Os policiais também conseguiram identificar e prender um dos ocupantes do veículo. Ele afirmou que os tiros foram iniciados pela dupla. Outro autor está ferido e sob escolta policial no Hospital Regional de Sobradinho.
Veículos apreendidos
Nas buscas, os investigadores apreenderam quatro veículos de passeio vinculados aos suspeitos. Além disso, descobriu cartões bancários, joias e R$ 1.127 em espécie. Todo o material recolhido foi encaminhado para os peritos analisarem.
As execuções aconteceram no Condomínio Serra Verde, na altura da DF-440. A polícia trabalha com a tese de que houve troca de tiros entre dois grupos rivais.
Aconteceu o revide. Três deles perderam a vida na hora, ainda no acampamento, e a quarta vítima faleceu no Hospital Regional do Paranoá.
Como explicou o tenente da PMDF Adson Ramos, por volta das 15h, dois suspeitos deram entrada com ferimentos à bala nos hospitais do Gama e de Santa Maria. Wanderson Ferreira de Assis foi atingido no braço, liberado e detido em seguida.
Mediante fotos, ele foi reconhecido por moradores do acampamento como um dos autores dos disparos. O outro acusado, Luís Fernando Vicente Carvalho, foi baleado nas costas e permanece internado.
Encontro marcado
Até a manhã desse domingo (02/02/2020), apenas uma das vítimas ainda não havia sido identificada. Delegado responsável por preservar a área do crime, Égiton Rocha disse que, pela dinâmica, não descarta ter havido um encontro marcado entre os grupos, pois uma das vítimas fatais estava vestida com um colete à prova de balas.
Segundo informações levantadas pela PMDF, um dos abatidos no confronto integrava uma gangue de São Sebastião chamada Facção do Residencial Oeste.
As vítimas ainda apresentavam marcas de perfurações feitas com objetos cortantes, além agressões físicas. A irmã de um dos homens mortos tentou agredir os policiais e acabou detida.