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Briga, bate-boca e até masturbação. Sem segurança, dá de tudo no metrô

Usuários reclamam da falta de vigilante nas estações. Sem efetivo suficiente, o presidente da empresa foi às estações retirar homens que insistem em usar o vagão rosa, exclusivo para as mulheres

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Brigas, discussões, homens utilizando indevidamente o vagão exclusivo para mulheres e até masturbação em plena luz do dia. As cenas cada vez mais comuns são registradas por quem usa o metrô no Distrito Federal. Os passageiros reclamam da falta de segurança nas estações. Na ausência de vigilantes, muitos alegam que não têm a quem recorrer quando há algum problema. O Metrópoles recebeu dois vídeos que ilustram bem o perigo a que estão expostos os usuários do sistema.

Um dos flagrantes revoltou os passageiros. No dia 16/3, num vagão quase vazio, um homem se masturba sem qualquer pudor. Sentado no meio de dois assentos, ele abre as calças e começa a se tocar. Tudo em plena luz do dia, rumo à Estação Concessionárias, em Águas Claras.

Dias antes, em 29 de fevereiro, o mesmo passageiro registrou outra cena lamentável: uma briga entre dois homens, aparentemente por homofobia. No vídeo, é possível ver um jovem acertando outro com um murro. Há troca de socos, até que o agredido cai no chão. Muitos gritos podem ser ouvidos. Em seguida, outros rapazes aparecem para apartar a discussão.

Neste momento, as portas do vagão se abrem e o homem agredido sai. O agressor continua no trem gritando “Baitola, viado”. Nenhum segurança apareceu, embora o carro do metrô estivesse parado para embarque e desembarque na Estação Praça do Relógio, em Taguatinga.

O responsável pelas gravações afirma que entrou em contato com a ouvidoria do Metrô-DF no dia 20/3 e recebeu uma resposta padrão: “Vamos apurar”. Dois dias depois, cobrou uma nova posição, mas não houve retorno.

Esta não é a primeira vez que usuários do serviço procuram a reportagem para fazer queixas sobre a falta de segurança. Em fevereiro deste ano, foi publicado um vídeo em que um passageiro se pendura na estrutura do vagão, corre e grita pela estação.

Na ocasião, a companhia afirmou em nota que “em casos como esse, há como tentar impedir o usuário de praticar atos quando há agentes próximos. Mas não há efetivo suficiente para estar presente nas 24 estações e nos 42,5km de trilhos no período de funcionamento do metrô”.

Ao trabalho!
Se de um lado falta efetivo para garantir segurança, do outro sobra dedicação. A solução, neste caso, é arregaçar as mangas e ir para a linha de frente. Nas fotos recebidas pelo Metrópoles na última terça-feira (22/3), o diretor-presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, dá um bom exemplo e retira homens do vagão exclusivo para mulheres.

O registro foi feito por outro usuário e enviado ao site. A entrada de homens no vagão rosa, como é chamado, é uma das principais reclamações das usuárias do sistema.

 

Arquivo Pessoal

 

Boletim de Ocorrência
Questionada sobre a reclamação do internauta que enviou os vídeos para o Metrópoles, a assessoria de imprensa do Metrô-DF informou que o prazo de resposta da ouvidoria está na Lei de Acesso à Informação, mas não soube informar quanto tempo demora. Buscamos na lei: 30 dias é o prazo padrão. Não há informação de serem dias úteis ou corridos.

A assessoria disse ainda que queixas de segurança devem ser enviadas à polícia e registrado Boletim de Ocorrência.

No site do Metrô-DF, segundo o Guia do Usuário, “em caso de anormalidade no sistema ou qualquer situação que provoque incômodo, informe imediatamente à administração do Metrô-DF”.

Demissões de terceirizados
E se está ruim, pode ficar pior. No último dia 7/3, o Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal organizou uma manifestação contra a demissão de 140 trabalhadores da segurança – ou 30% do efetivo. Na ocasião, os manifestantes informaram que a empresa se prepara para lançar um novo edital para contratação de serviços de vigilância, mas com efetivo menor de trabalhadores, o que representaria demissão.

Os reajustes salariais e demissões dos vigilantes terceirizados se deram, de acordo com o Metrô-DF, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal. A nomeação de pelo menos 320 servidores e a correção salarial de acordo com a inflação foram duas das promessas feitas pelo governo para pôr fim à greve dos metroviários em novembro do ano passado.

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