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Brasilienses não se sentem seguros e 73,6% da população está insatisfeita com o policiamento nas ruas

Dados são de pesquisa da Codeplan, realizada entre outubro e novembro de 2015. Para especialistas, questões como sujeira, falta de iluminação e mato alto aumentam sensação de insegurança

atualizado

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1 de 1 I have a secret - Foto: iStock

Assalto com refém e arrastão no Lago Sul; menino esfaqueado no Lago Norte; explosão de caixa eletrônico e roubo de joias na Asa Sul; e mulher assassinada em Ceilândia. Em menos de uma semana os casos foram destaque nos principais veículos de imprensa. E embora as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social apresentem números reduzidos da violência nos principais tipos de ocorrência, a população não se sente segura. Uma pesquisa da Companhia de Planejamento (Codeplan) revela que, em média, 73,6% dos moradores não estão satisfeitos com o policiamento nas ruas do Distrito Federal.

A pesquisa, que realizou 2.385 entrevistas entre outubro e novembro do ano passado, ouviu pessoas que procuraram ou não a Polícia Militar. Para aqueles que buscaram a PM, 77,01% consideraram o policiamento péssimo (30,09%), ruim (16,93%) ou regular (29,99%). O índice ficou um pouco menor entre aqueles que não procuraram: 70,19%.

Os números significam que há muito trabalho para a psicóloga Márcia de Alencar, nomeada secretária de Segurança na quarta-feira (6/1), e o novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Antônio Nunes, indicado na mesma data.

“Falta policiamento mesmo. Ainda mais para nós, que trabalhamos no comércio, a sensação é de insegurança. Às vezes ficamos horas sem ver um policial nas proximidades”, relata a vendedora Norma Suely dos Santos, 50 anos. A opinião é a mesma de Ildemar Tavares de Miranda, 55 anos. “A polícia sumiu das ruas nos últimos meses. Moro em Brazlândia e raramente vejo uma viatura rondando por lá”, conta.

Foto: Leonardo Arruda/Metrópoles
Ildemar Tavares e Norma dos Santos acreditam que falta policiamento nas ruas do DF

 

Para a especialista Maria Stela Grossi, especialista em segurança pública e professora da Universidade de Brasília (UnB), é preciso também que haja políticas de segurança mais efetivas. “É impossível haver policiamento 24 horas em todas as esquinas. Assim, é preciso outros mecanismos além da repressão. Políticas sociais para redução da desigualdade fazem parte de um plano de segurança. O cumprimento das leis e penalização dos criminosos é outro fator que poderia ajudar no combate ao crime. Enquanto houver impunidade, os bandidos se sentem seguros para infringir a lei”, analisa.

Também especialista em segurança pública, a professora da Universidade Católica de Brasília, Marcelle Gomes Figueira, destaca que a aproximação entre polícia e população é fundamental para o sentimento de segurança: “São necessárias ações e mecanismos que facilitem essa comunicação e criem confiança entre as partes”.

Marcelle acredita que a opinião popular reflete uma sensação de medo causada por diversos fatores: “Eventos de violência expostos publicamente mexem com o inconsciente das pessoas, que acabam com medo por acharem que são potenciais vítimas. O desejo é de que deveria haver um policial para cada habitante.

Outras questões também estimulam a insegurança, como a falta de infraestrutura. Lugares mal iluminados, pistas sem asfalto, jardins descuidados e ruas com lixo acabam aumentando a apreensão.

Marcelle Gomes Figueira

Confiança no policial
Além da falta de policiamento, os cidadãos se dividem quanto a qualidade do trabalho realizado pela polícia. Segundo a pesquisa da Codeplan, cerca de 61% dos entrevistados que procuraram o serviço consideram o atendimento de policiais militares péssimo, ruim ou regular.

A visão é mais otimista em relação aos policiais civis: 48% dos cidadãos que buscaram ajuda dos profissionais da corporação acreditam que o serviço foi péssimo, ruim ou  regular.

O outro lado
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social afirmou que um dos pilares do programa Viva Brasília, implementado no atual governo, “é justamente a aproximação da comunidade com as forças policiais por meio do estabelecimento de canais de diálogo”.

Segundo a pasta, “dentro das demandas atendidas pelo programa está a implantação de estratégias de policiamento adequadas às diversas realidades locais, com base em pesquisas para o melhor combate ao crime”.

Na última sexta (8), a Polícia Militar anunciou que vai intensificar as ações ostensivas, para coibir roubos a coletivos e a comércios e tentar reduzir índices de criminalidade. Para isso, está remanejando 600 policiais das áreas administrativas para as ruas de todo o DF.

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