Bombeiros fazem apelo para diminuir trotes no Distrito Federal
Tenente-coronel diz que a corporação já chegou a receber 400 ligações de ocorrências falsas em um único dia
atualizado
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Um acidente grave com sete vítimas, entre elas três crianças, na BR-080, perto de Brazlândia. Um incêndio em uma residência de Samambaia. Uma mulher espancada no Riacho Fundo. Essas ocorrências foram registradas no último domingo (17/7) e mobilizaram viaturas e servidores do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Todas têm em comum uma característica: foram trotes. A situação é corriqueira. Todos os dias, a corporação recebe telefonemas de adultos e crianças que relatam casos inexistentes. A situação é agravada na época de férias escolares.
Em duas horas no último domingo (17), registramos quatro ocorrências falsas e seis verdadeiras. Ninguém deixou de ser atendido, mas poderíamos ter deixado de socorrer uma vítima e a consequência poderia ser fatal
Tenente-coronel Alan Araújo
Percentual
Segundo o tenente-coronel, entre 7% e 8% das ligações registradas na Central Integrada de Atendimento de Despacho (Ciade) — que engloba, além de bombeiros, as polícias Civil e Militar e o Departamento de Trânsito (Detran) — são de falsos relatos.
Normalmente, os bombeiros acionam de duas a três viaturas e de 12 a 15 homens em cada chamada. “Na dúvida, quando não dá para saber se o chamado é falso ou não, nós sempre mandamos alguém”, conta o tenente-coronel Alan Araújo.
Crime
Falsa comunicação é crime e está prevista no Código Penal. A pena pode chegar a seis meses de reclusão ou aplicação de multa. “Por diversas vezes, nós corremos o risco de deixar de atender alguém. No domingo (17), nossos homens estavam indo para uma falsa ocorrência e, na hora, havia um acidente verdadeiro, com cinco vítimas, cujo atendimento foi atrasado por um trote. A população pode pagar caro se isso continuar”, alerta Araújo.