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Bando roubava, “esquentava” e vendia mercadorias em supermercados

Operação da Polícia Civil com a Secretaria de Fazenda do DF fecha o cerco contra grupo criminoso que agia no Distrito Federal há quatro anos

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Onze pessoas são alvos de mandados de prisão em uma operação deflagrada pela Polícia Civil do DF (PCDF), em parceria com a Secretaria de Fazenda do DF, na manhã desta quarta-feira (13/6). Elas são suspeitas de roubar cargas e fazer revenda das mercadorias em supermercados de diversas regiões administrativas.

A investigação da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) resultou, ainda, em três conduções coercitivas (quando se a pessoa é obrigada a depor) e no cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão.

A operação, batizada de Vocatus, ocorre em Águas Claras, Estrutural, no Gama, em São Sebastião e na Cidade Ocidental (GO). Além do Distrito Federal, os investigados atuavam no Entorno e também praticaram crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Trata-se de um desdobramento de uma outra ação deflagrada em 7 de março deste ano, quando foram apreendidas aproximadamente 50 toneladas de mercadorias roubadas. O flagrante ocorreu no Gama.

Imagens da primeira operação que ocorreu em março:

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Os três homens presos na primeira fase responderão por receptação qualificada dos produtos roubados
Galpão foi localizado na Ponte Alta do Gama
Produtos seriam vendidos para comércios do DF
A operação foi deflagrada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais
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"A emissão das notas fiscais era feita apenas em relação à parte da mercadoria a ser entregue", disse o delegado Marco Aurélio

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Os três homens presos na primeira fase responderão por receptação qualificada dos produtos roubados

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Galpão foi localizado na Ponte Alta do Gama

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Produtos seriam vendidos para comércios do DF

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A operação foi deflagrada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais

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O grupo criminoso era liderado por Eduardo Fideles de Andrade. Segundo a Corpatri, os outros envolvidos são: Fernando Marcos de Andrade, Bruno da Silva Ramos, Nyédia Rodrigues Peixoto da Rocha, Petronilo Mesquita Ramos, Geraldo de Lima Sá Junior, Edivaldo Gomes da C. Mara, Rogério Aparecido Leandro de Brito e Francisco José Cardoso de Brito.

As apurações mostram que os criminosos atuavam há pelo menos quatro anos. O esquema funcionava como um verdadeiro “centro de distribuição”, tendo como fornecedores assaltantes do Entorno do Distrito Federal. Eles atuavam, principalmente, às margens das BRs 060 e 153.

Havia, ainda, integrantes responsáveis apenas por negociar a carga roubada. Os criminosos contavam com “atravessadores”, que intermediavam as vendas das mercadorias roubadas com os supermercados

Ciclo de empresas
A polícia descobriu que a carga era armazenada em galpões alugados no DF e, posteriormente,  comercializadas em supermercados de Santa Maria, Gama, Ceilândia e Samambaia. Os criminosos usavam empresas de fachada na emissão irregular de notas fiscais para “esquentar” as mercadorias roubadas e inseri-las nas prateleiras de estabelecimentos comerciais.

O esquema também se valia de um ciclo de empresas, que eram sucessivamente “descartadas” e criadas novas para não chamar a atenção das autoridades. A Polícia Civil identificou um grande número de “laranjas” e “testas de ferro”, que figuravam como sócios dessas companhias.

“A emissão das notas fiscais era feita apenas em relação à parte da mercadoria a ser entregue, de forma que o valor da transação comercial seria equivalente ao de mercado. Entretanto, a mercadoria efetivamente entregue era superior ao valor constante no documento”, explicou o delegado-chefe da Corpatri, Marco Aurélio Vergílio.

Os comparsas faziam os pagamentos à organização criminosa em dinheiro ou entregando veículos, que posteriormente eram revendidos. Sempre com o uso de procurações, dificultando o rastreamento patrimonial e dos ganhos financeiros.

As investigações indicam a existência de inúmeras transações provenientes do lucro auferido com o comércio irregular de carga roubada, incompatíveis com a atividade econômica, ocupação profissional e capacidade financeira presumida dos envolvidos.

Pena
Os investigados foram indiciados por organização criminosa, com as penas variando de três a oito anos de reclusão; lavagem de dinheiro, (três a 10 anos de prisão); receptação (três a oito anos); e falsidade ideológica (um a cinco anos). Foram identificados, até o momento, ao menos 10 crimes praticados pelo bando, o que pode elevar a pena mínima para mais de 30 anos de reclusão.

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