Porteiro morto em assalto se mudou para Taguatinga por segurança
Moacir reagiu e levou um tiro. Ele foi levado para o hospital, em estado grave, mas não resistiu. Bandidos fugiram com três celulares
atualizado
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Um homem de 55 anos morreu após ser baleado em uma tentativa de assalto nesta quarta-feira (11/1), em Taguatinga Sul. Três homens armados invadiram a casa de Moacir Soares dos Santos, que reagiu e levou um tiro no peito, acima do coração.
A vítima foi levada para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), em estado grave, mas depois de duas horas de cirurgia não resistiu. A Polícia Militar do DF cercou a região, na QSD 14, para tentar prender os suspeitos.
Segundo informações da polícia, Moacir morava de aluguel em uma casa de fundos, com a mulher e a filha. No momento do crime, o portão da casa da frente estava aberto, pois o imóvel passa por uma reforma. Os três homens teriam entrado na residência e rendido a proprietária.Enquanto reuniam objetos para levar, Moacir chegou e reagiu, sendo baleado. O trio fugiu levando três celulares e a chave de um carro. A polícia investiga se um carro incendiado em Samambaia teria sido utilizado pelo três suspeitos para fugir do local do assalto.
Luta corporal
Fabiana Ferreira Lima, uma das moradoras da casa da frente, contou que os bandidos renderam uma idosa de 82 anos dentro do imóvel, avó dela. Todos os reféns foram levados para a casa dos fundos. A jovem disse que conseguiu ficar escondida no banheiro. “Ouvi só os tiros”, revelou.
Nos fundos, Moacir estava com a filha. Ao reagir, ele entrou em luta corporal com um dos bandidos e a menina, de 17 anos, também acabou agredida, quando tentou intervir para ajudar o pai. O outro filho da vítima mora na Argentina.
Trabalhando como porteiro em um prédio em Samambaia, Moacir e a família se mudaram há quatro meses para Taguatinga, justamente por achar o local mais seguro. Porém, vizinhos relataram que os assaltos na quadra são constantes.
Latrocínios
Moacir é a quarta pessoa assassinada no Distrito Federal este ano em crimes de latrocínio (roubo seguido de morte). Na manhã de quarta-feira (4/1), a professora Raquel Costa Miranda, 41 anos, foi assassinada no Gama ao ter o carro roubado. À noite, o taxista José Soares Brandão, 46, perdeu a vida ao reagir a um assalto em Brazlândia.
Na manhã de quinta (5), o idoso Nilson Marciano da Costa, 63, morreu ao ter a casa onde morava no Itapoã invadida por ladrões.
Histórico
O Metrópoles obteve, com exclusividade, uma análise criminal feita pelas forças de segurança locais, que mapearam todos os casos registrados de latrocínio (roubo seguido de morte) nos últimos dois anos. O levantamento identifica o dia da semana, a faixa horária e os locais onde os roubos seguidos de morte ocorreram com maior frequência.
No ranking das cidades que mais registraram esse tipo de ocorrência, Ceilândia está em primeiro lugar, com 50 casos, somando 2 latrocínios e 48 tentativas. Na sequência, vêm Samambaia (7 e 28); Taguatinga (3 e 21); Gama (2 e 21) e Paranoá ( 2 e 19).
Em 2016, os registros chegaram a 262 tentativas e 42 consumados. É como se a cada oito dias uma pessoa tivesse morrido vítima de latrocínio, na capital federal.