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Banco de dados de DNA da Polícia Civil já conta com 711 criminosos cadastrados

Sistema reuniu provas contra responsáveis por violentar 229 vítimas nos últimos 15 anos

atualizado

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A ciência é uma aliada de peso quando o assunto é elucidar crimes sexuais no Distrito Federal. Com o apoio de peritos do Instituto de Pesquisa e DNA Forense (IPDNA) da Polícia Civil, investigadores já prenderam 78 estupradores que violentaram 229 mulheres nos últimos 15 anos. A contribuição mais recente ocorreu nesta quinta-feira (15/10), quando Flávio Augusto Reis, 48 anos, foi apresentado pelas autoridades. Ele é acusado de atacar pelo menos seis mulheres desde 2014. A prova científica produzida a partir do banco de DNA foi fundamental para confirmar que Flávio as havia estuprado.

Criado em 2000 e contando com o perfil genético de 711 criminosos sexuais, o banco de DNA da Polícia Civil brasiliense é o maior do país e está entre um dos mais completos da América Latina. A ferramenta tem importância especial no contexto dos delitos sexuais, pois a investigação dos casos, quase sempre, conta com poucas provas materiais. “A criação deste banco, que cresce a cada ano, se transformou em um dos maiores parceiros da polícia na hora de garantir provas”, explica o diretor do IPDNA, Samuel Ferreira.

Material biológico
Para chegar aos estupradores, os peritos entram em cena para coletar e analisar todo o material biológico (sêmen, fios de cabelo, saliva) que pode ser encontrado na cena do crime. Em seguida, todos os vestígios são inseridos no banco de dados e ganham um perfil genético, que logo é definido pelo computador, chamado de Sequenciador, no qual são identificadas as informações do DNA.

“É uma ação em equipe, que conta com o trabalho de peritos criminais, peritos médico-legistas, agentes de polícia e técnicos em laboratório. Todos possuem uma parcela de dedicação em cada resultado que apontou a autoria de algum delito”, ressaltou o diretor do IPDNA.

Depoimentos
Antes de o sistema existir, os policiais contavam apenas com o depoimento das mulheres e o trabalho de reconhecimento, que nem sempre era possível, fosse pelo trauma que elas sofriam ou pelo fato de muitos criminosos esconderem o rosto. “No caso do Flávio Reis, o último estuprador em série preso por nós, o instituto de DNA conseguiu provar que as amostras de saliva coletadas do suspeito e o material biológico encontrado no corpo da vítima eram geneticamente idênticos”, disse o delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laércio Rossetto.

Com a materialidade do crime provada de forma incontestável pela perícia forense, a chance de condenação e a aplicação de uma pena severa ao réu é praticamente certa, segundo Rossetto. “Temos muita tranquilidade em fazer esse trabalho em parceria com os institutos científicos por ter a certeza de que os resultados chegam a 100% de exatidão”, destacou o delegado.

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