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Aumento de roubos a residências causa temor entre brasilienses

Esse tipo de crime cresceu 16% no último ano em comparação a 2014. Apenas nesta quarta-feira (6/1), dois casos reacenderam o sinal de alerta

atualizado

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assalto casas 2
1 de 1 assalto casas 2 - Foto: Foto: João Gabriel Amador/Metrópoles

Em menos de seis horas, os dois casos de roubos a residências que chamaram a atenção dos brasilienses nesta quarta-feira (6/1) reforçaram a tendência verificada nas estatísticas de 2015: os assaltos a casas assustam a população cada vez mais.

Segundo dados mais recentes da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, de janeiro a novembro de 2015, foram registradas 603 ocorrências do crime, enquanto no mesmo período de 2014 houve 517, um aumento de 16,6%. No Lago Norte — palco de um dos casos desta quarta —, o número passou de 11 para 16 no intervalo analisado.

Por volta de 1h30 desta quarta (6), um menino de 12 anos foi esfaqueado ao tentar defender a mãe durante assalto numa casa da QL 15 do Lago Norte. O bandido fugiu com joias da família. Poucas horas depois, um casal de idosos teve a casa assaltada por quatro homens, que levaram objetos de ouro, eletrodoméstico e um carro, deixando os proprietários e funcionários rendidos em um cômodo na QL 12 do Lago Sul, na Península dos Ministros.

A Secretaria de Segurança afirma que não há estudos que comprovem uma migração de criminosos para os delitos de roubos a residência, mas tanto representantes da pasta quanto especialistas acreditam que o fenômeno é possível. “Essa movimentação é comum. Não dá para cravar razões ou apontar uma mudança racional na criminalidade. Porém, os assaltantes tendem a atuar em situações mais frágeis, em que consideram que haja uma certa segurança para cometerem seus atos”, aponta Maria Stela Grossi Porto, especialista em segurança pública e professora da Universidade de Brasília (UnB).

Os próprios números da secretaria revelam que, enquanto houve aumento nos roubos em residências, outros crimes contra o patrimônio apresentaram diminuição, como roubos a pedestre (-5,4%), a veículos (-33,8%) e em transportes coletivos (-0,1%), também tendo como base os primeiros 11 meses de 2015.

Outro aspecto destacado é a sazonalidade desse tipo de crime. “Nessa época em que as pessoas viajam e que a polícia se vê obrigada a estar mais presente nas ruas e locais de maior movimentação, os roubos a casas se mostram mais atrativos

Maria Stela Grossi Porto, especialista em segurança pública

Apreensão
O medo de ter a casa roubada pode ser sentido também pelo aumento na busca por empresas especializadas. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Transporte de Valores do Distrito Federal (Sindesp-DF), Irenaldo Pereira Lima, o setor está em alta. “Desde 2013, há crescimento no número de pessoas que buscam esse serviço. Já são 89 empresas credenciadas no DF. Na minha própria companhia, há épocas em que tenho de encaminhar clientes para outros estabelecimentos devido à demanda”, conta Lima, que também é empresário do ramo.

“Existem sistemas inteligentes de até R$ 10 mil. Porém, a melhor medida é a da boa vizinhança. Por exemplo, quando for viajar, o ideal é avisar um vizinho para recolher as correspondências, que poderiam denunciar uma casa vazia. Outra ferramenta que tem crescido são os grupos de WhatsApp entre moradores de uma região, que acionam a polícia em casos suspeitos”, diz Lima.

Para a especialista Maria Stela Grossi, é preciso também que haja políticas de segurança mais efetivas. “É impossível haver policiamento 24 horas em todas as esquinas. Assim, é preciso outros mecanismos além da repressão. Políticas sociais para redução da desigualdade fazem parte de um plano de segurança. O cumprimento das leis e penalização dos criminosos é outro fator que poderia ajudar no combate ao crime. Enquanto houver impunidade, os bandidos se sentem seguros para infringir a lei”, analisa.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que os roubos em residência representam apenas 1% dos crimes contra o patrimônio e que, de acordo com as últimas reuniões da pasta, as polícias Civil e Militar atuarão de forma conjunta para desarticular os grupos que praticam o delito. “A PM intensificará o policiamento, de acordo com estudos e análises criminais elaborados pela SSP-DF e que mostram os locais e os horários de maior concentração desse tipo de crime. A Polícia Civil reforçará a investigação”, informou a pasta.

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