Auditores acusados de cobrar propina no transporte continuarão presos
A dupla é suspeita de integrar esquema para liberar coletivos que não tinham condições de circular
atualizado
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Os auditores da Subsecretaria de Fiscalização, Auditoria e Controle (Sufisa) Pedro Jorge Brasil e Cláudio Marcello Pinheiro seguirão presos por tempo indeterminado. A decisão da Justiça foi tomada na madrugada deste sábado (14/10). A dupla é suspeita de integrar um esquema que cobrava propina para liberar coletivos que não tinham condições de circular. Juntos, eles teriam recebido R$ 200 mil em apenas um ano. O esquema funcionava no terminal rodoviário do Gama.
No pedido enviado à juíza de plantão, delegados e promotores defenderam que a investigação poderia ser comprometida caso os dois servidores fossem soltos. As autoridades também frisaram que a segurança dos passageiros seguiria em risco e que os auditores poderiam elaborar uma nova forma de cometer os crimes.
A Polícia Civil e o Ministério Público não pediram a manutenção da prisão de outros dois alvos que também seguiam detidos: Robson Medeiros de Morais, funcionário de uma cooperativa, e Marlene Francisca Alves Chagas, presidente da Coopatag. Com isso, a dupla será solta na madrugada deste domingo (15).
Operação Mobilidade
A Operação Mobilidade foi desencadeada pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio Público (Decap) em conjunto com a 2ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. É um desdobramento da Operação Checklist, que também mirou em propinas no setor de transporte para a liberação de ônibus. O crime, nesse caso, era cometido durante as vistorias nas garagens
O depoimento de um servidor preso na Checklist foi fundamental para dar sequência a uma nova ação. O homem, lotado na Sufisa, detalhou como agentes do Estado extorquiam empresas de transporte da capital federal. Pedro Jorge e Cláudio Marcello foram citados pelo fiscal.
Duas cooperativas foram alvos da nova investigação: Cootarde e Coopatag. A propina, segundo a polícia, era paga aos auditores todas as sextas-feiras. As principais irregularidades dos coletivos eram falhas nos tacógrafos e problemas em elevadores para deficientes. A cobrança continuava mesmo após a operação Checklist, só que “de forma mais tímida”, ressaltou a Polícia Civil.