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“As famílias estão sendo dizimadas. Até quando?”, questiona irmão de servidor assassinado

André e Sofia escreveram uma carta para o pai, morto enquanto aguardava os filhos em frente ao Colégio Rogacionista, no Guará II

atualizado

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Fotos: Leonardo Arruda/Especialpara o Metrópoles
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1 de 1 f7a33c6b-ec5e-48cf-9f59-33c24e5ff0d0 - Foto: Fotos: Leonardo Arruda/Especialpara o Metrópoles

Muito emocionados, os filhos e a mulher de Eli Roberto Chagas, 51 anos, chegaram no início da tarde desta quarta-feira (3/2) ao cemitério Campo da Esperança para o enterro do servidor do Senado assassinado nessa terça (2) na porta de uma escola no Guará II. Sempre juntos da mãe, Neuza Chagas, André e Sofia trouxeram uma carta que foi colocada junto ao corpo do pai. Entre as frases escritas estava “papai, eu te amo”.

Reprodução
Eli Roberto Chagas*Reprodução/Metrópoles**

No velório, que começou às 9h, a comoção e a indignação com a onda de violência que tira o sono dos brasilienses dão o tom nas conversas de amigos e familiares, que prestam uma última homenagem ao homem que levou dois tiros e teve o carro roubado. O enterro ocorre às 16h.

Amigos de classe do filho mais velho de Eli participaram do velório. Com cartazes de apoio à família, os jovens apresentavam tristeza e revolta. “A polícia só apareceu na primeira semana de aula. Poderia ser o pai de qualquer um de nós”, desabafou Matheus Gomes de Freitas, 16 anos. “Os crimes são frequentes naquela região e ninguém fez nada”, reclamou Eduarda Batista, também de 16 anos.

 

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Amigos do filho de Eli protestaram no velório

 

Muito abalado, Hélio Chagas lembrou que o irmão sempre teve uma preocupação com a violência e demonstrou preocupação de que ele se transforme “em mais uma estatística”. E questionou: “As famílias estão sendo dizimadas. Até quando?”

Veja o vídeo com a entrevista do irmão:

Uma prima que pediu para não ter o nome divulgado disse que Eli temia pela falta de segurança “e pensou muito antes de comprar o carro”. Horas antes de ser morto, o servidor do Senado retirou o Corolla prata zero-quilômetro da concessionária. “Eles moravam há anos no Guará II. Sabíamos que a região tinha histórico de violência, mas a gente nunca acredita que pode acontecer com a gente”, desabafou.

“Ele não reagiu. Entregou as chaves do carro”, disse outro familiar que não quis se identificar, tentando entender o motivo da morte do analista do Senado. A mulher e os filhos de Eli ainda não chegaram ao cemitério. Duas irmãs e três irmãos acompanham o velório desde às 9h. Uma delas, inclusive, passou mal. O servidor trabalhava no Senado há 32 anos e há dois anos no gabinete do senador Eduardo Amorim (PSC), que esteve no velório.

Privacidade
A família pediu privacidade e que a imprensa acompanhasse o velório de longe. O pai de Eli ainda não foi informado sobre a morte do filho. Ele está internado em uma UTI com complicações renais.

Professores do Colégio Rogacionista, onde os dois filhos de Eli estudam, também acompanham o velório. O colégio decretou luto nesta quarta e não abriu as portas. Mas nesta quinta (4), às 6h, será realizada uma manifestação com funcionários e alunos. Todos estarão vestidos de preto. Preocupado com a violência nas proximidades da escola, o diretor Ademar Tramontin chegou a enviar um ofício ao 4º Batalhão da Polícia Militar pedindo para aumentar o policiamento no local.

O carro foi localizado ainda nesta terça no Conjunto B da Quadra 4 do Setor de Oficinas Sul (SOF) e foi submetido a perícia. Os investigadores buscam pistas para confirmar a autoria do homicídio. Informações preliminares, a partir de depoimento das testemunhas, apontam que um menor trajando uniforme de uma outra escola teria sido o autor do latrocínio (roubo seguido de morte).

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