Após 6 horas de cerco policial, suspeitos escondidos em casa se rendem no DF
Homens reagiram a uma abordagem da PMDF e se trancaram em um sobrado, no Gama. Eles jogaram pedras nos militares, deixando dois feridos
atualizado
Compartilhar notícia
Chegou ao fim, por volta das 9h30, a ocorrência que mobilizou o Batalhão de Operações Especiais da PMDF (Bope) desde às 3h desta sexta-feira (30/10), no Gama.
Na madrugada, após uma abordagem policial, três homens fugiram e se esconderam em uma casa. Do lado de fora, os policiais montaram cerco e negociaram a rendição do trio. Os suspeitos arremessaram pedras, telhas, feriram dois militares e danificaram uma viatura antes de se render.
Segundo informações da PMDF, os policiais observaram três motos em frente a uma residência. Ao checarem as placas, constataram que uma das motos tinha chassi adulterado. Ao tentarem abordar os suspeitos que estavam perto dos veículos, eles correram para dentro de uma casa, fecharam as portas e começaram a jogar objetos contra os militares.
A guarnição pediu reforço e novas equipes chegaram ao local, incluindo os militares do Bope. Diante da situação, a corporação deflagrou a Operação Gerente para negociar a rendição dos cinco homens que estavam dentro da casa.
Ainda de acordo com a PM, havia um cachorro no lote. O animal teria avançado sobre policiais e precisou ser neutralizado. O cão, da raça pitbull, morreu na hora. Por volta de 9h30 os suspeitos se entregaram. Agitados, eles acabaram quebrando o vidro de uma viatura da corporação.
Mãe de três dos cinco suspeitos, Cristina Ferreira, 48 anos, conversou com a reportagem e disse que eles são todos familiares. Estavam na casa os três filhos dela, um primo deles e um quinto ainda não identificado. “A polícia abordou meu filho e meu sobrinho por causa de uma moto irregular. Eles abordaram eles batendo. Temos testemunha. Eles coagiram os meninos que são jovens e com medo, eles correram para dentro de casa.”
Ainda de acordo com a mulher, o cachorro morto pelos policiais tinha 15 anos, era pet e não oferecia risco nenhum. “Ele é manso. Nunca avançou em ninguém e o policial deu quatro tiros nele. Matou o cachorro”, reclamou.
Cristina classificou a atuação da polícia como desgovernada. “Os meus filhos não são bandidos. São rapazes de bem. Eles espancaram os meninos e mataram o cachorro. Coagiram os jovens. As câmeras de segurança pegaram tudo e isso vai para a Justiça”, bravejou.
Segundo o major Michello Bueno, porta-voz da PMDF, houve uma tentativa persistente de rendição do grupo, que não obedeceu em um primeiro momento. “Os policiais tentaram uma negociação primária para que eles saíssem da residência, mas eles não quiseram. Foi acionado o apoio do Bope e iniciou-se a operação gerente. Fizemos o cerco e eles acabaram se rendendo nesta manhã”, disse.
“Tinha possibilidade de arma dentro da casa e há locais aqui na região, que sabemos: são pontos de tráfico. A regra, a doutrina, por questões de segurança doa policiais é não adentrar a casa”, completou o major.
]Todos os envolvidos foram encaminhados para a 20ª Delegacia de Política (Gama). O delegado plantonista da unidade disse que os jovens conduzidos pela PMDF para a unidade serão ouvidos ao longo do dia. “O menor foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e os demais vão prestar depoimentos após os policiais militares. Estamos analisando a questão da viatura da PM danificada e a lesão corporal do militar que se feriu. Também a corrupção de um menor”, disse Felipe Augusto.