Antes de matar Genir, Marinésio foi à pizzaria onde vítima trabalhava
Os investigadores apuram uma possível premeditação do crime
atualizado
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Durante o depoimento prestado por um dos irmãos do cozinheiro desempregado Marinésio dos Santos Olinto, assassino confesso de Letícia Sousa Curado, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47, novas informações chegaram ao conhecimento dos investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá). O suspeito frequentou, algumas vezes, a pizzaria onde Genir trabalhava, no Paranoá. O familiar do criminoso revelou que era dono do carro vermelho usado pelo homicida para atacar três vítimas que procuraram a Polícia Civil e afirmaram que o acusado guiava o veículo quando as abordou.
De acordo com o depoimento, o cozinheiro desempregado frequentava quase que diariamente a região do Paranoá, onde chegou a morar anos atrás. Lá, conheceu a atual companheira, o casal depois se mudou para Planaltina. Toda a família dele ainda mora na cidade. A Polícia tenta descobrir se Marinésio já havia visto Genir na pizzaria e se o ataque teria sido premeditado. A faxineira não costumava trabalhar diariamente no estabelecimento, ficando na área de limpeza. Os investigadores buscam testemunhas que possam confirmar a tese do crime planejado.
Na delegacia, o irmão do cozinheiro afirmou que Marinésio tinha outros nove irmãos, sendo cinco mulheres e quatro homens, todos perplexos com a brutalidade dos crimes praticados. Eles vivem no Paranoá, incluindo o pai do acusado, de 74 anos. O idoso é dono de um pequeno estabelecimentos comercial que vende bebidas. “Ele esta arrasado com as duas mortes provocadas pelo filho, assim como todo o resto da família”, disse uma fonte ouvida pelo Metrópoles.
Carro vermelho
Pelo menos duas supostas vítimas do maníaco disseram à polícia que teriam sido atacadas por Marinésio quando ele conduzia um carro vermelho. Entre elas, uma adolescente de 17 anos. Em depoimento, a jovem contou ter sido estuprada pelo cozinheiro em abril deste ano. “Peguei o ônibus para ir ao Itapuã. Quando desci na parada, ele passou. Ficou me olhando e me abordou com uma faca. Disse que se eu não entrasse no carro ele ia me matar. Me levou para a região dos pinheiros e me estuprou. Depois, pegou meu pescoço, me jogou para fora e disse que eu era um lixo”, contou a garota, que esteve na delegacia acompanhada da mãe.
A menina, entretanto, relatou que o maníaco não dirigia a caminhonete Blazer prata, veículo que acabou ajudando a desvendar as mortes de Letícia e Genir. “Ele estava em um carro diferente, vermelho. Ela tava segura que o homem tinha uma mancha no rosto”, disse a mãe. “Ela tem certeza absoluta de que é ele. Reconheceu pela reportagem. Quando o viu, começou a tremer e gritar que era ele”, frisou. Uma moradora do Paranoá de 42 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, também esteve na delegacia e relatou que chegou a tentar suicídio duas vezes devido ao trauma causado pela violência sofrida: foi estuprada e espancada. A vítima parou de trabalhar e fez acompanhamento psiquiátrico. Hoje, tem depressão e síndrome do pânico.
O caso ocorreu em 2017. Naquele ano, Marinésio teria ameaçado a mulher de morte após ela tentar escapar do veículo dele. Aos investigadores, a vítima garantiu que o maníaco estava em um carro vermelho – diferente da Blazer prata usada na morte de Letícia. “Eu estava na parada quando ele encostou o carro vermelho, desceu, colocou uma faca no meu rosto e me mandou entrar, sem gritar. Fiquei apavorada e disse que, se ele quisesse minha bolsa, poderia levar. Mas implorei que não me matasse”, contou ao Metrópoles.
O suspeito dirigiu até uma área de mata onde fica um grande pinheiral na região administrativa. Foi quando, segundo a vítima relatou aos policias civis, ela teria sido violentada e agredida. “Ele pegou no meu pescoço e falou que se eu não ficasse quieta, ia morrer naquele momento. Mandou eu fazer o que ele queria, se não me mataria. Entre a minha vida e fazer o que ele queria fazer, preferi minha vida”, narrou aos investigadores. Marinésio fez mais ameaças: “Disse que ia matar porque eu tinha visto bem o rosto dele. Ele falou que quem via o rosto dele morria”, revela a denunciante. Uma terceira mulher que esteve na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) também citou um carro vermelho.