Agentes penitenciários protestam por melhores condições de trabalho
Categoria faz uma passeata até o Ministério da Justiça para entregar ofício com sugestões capazes de ajudar a resolver crise nos presídios
atualizado
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Cerca de 150 agentes penitenciários do Distrito Federal, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná fazem uma manifestação nesta terça-feira (17/1), na Esplanada dos Ministérios, para chamar a atenção para a crise nos presídios brasileiros e pedir melhores condições de trabalho.
Segundo o grupo, os servidores não estão sendo ouvidos nos debates sobre segurança pública. “Buscamos a inserção da categoria nessa discussão, pois são os agentes que estão na ponta do sistema e podem ajudar muito na formulação de soluções”, argumenta o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do DF (Sindpen), Leandro Allan.
Entre as medidas sugeridas pela categoria está o fim dos terceirizados que, segundo eles, cobram caro do Estado, mas não têm vínculo efetivo com o governo. Outra sugestão é o aumento das atividades para a massa carcerária.Hoje em dia, menos de 15% dos apenados trabalham ou estudam. Um preso ocupado é um preso que dá menos trabalho e que tem mais possibilidade de ser ressocializado
Leandro Allan, Sindpen
Eles reivindicam ainda a realização de novos concursos, fim da terceirização do setor, regulamentação federal da profissão, a retirada da categoria da reforma previdenciária e a criação de mais vagas para apenados.
Os manifestantes fazem uma passeata até o Ministério da Justiça, onde entregarão um ofício com as demandas da categoria. Segundo Allan, o número de participantes é reduzido, pois apenas os servidores de folga foram convocados para que os serviços não fossem interrompidos.
O DF conta com 1.250 agentes penitenciários e outros 250 de custódia. Mas, segundo o Sindpen, seriam necessários mais 1.700 profissionais, sendo que há 850 aprovados em concurso aguardando convocação.
Nesta terça, agentes penitenciários do Rio de Janeiro entraram em greve por falta de pagamento. Os 4.500 servidores responsáveis por vigiar os 57 mil detentos que estão nas 52 unidades prisionais do estado pararam por tempo indeterminado.